Zelensky aceita cessar-fogo se territórios não ocupados pela Rússia ficarem "sob a proteção da NATO"

29 nov, 19:58
O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, durante uma conferência de imprensa na sede da NATO em Bruxelas, em 17 de outubro de 2024 (François Walschaerts/AFP/Getty Images)

Presidente ucraniano sublinha que esta é a única maneira de evitar que Putin tente novamente no futuro iniciar uma nova guerra para conquistar mais território

Ao fim de 1009 dias de guerra, Volodymyr Zelensky estabelece condições para um acordo de cessar-fogo com a Rússia. Em entrevista à Sky News, o presidente ucraniano diz que a Ucrânia está disposta a aceitar uma trégua se os territórios não ocupados por Moscovo passarem a ficar “sob a proteção da NATO”. Dessa forma, afirma Zelensky, a Ucrânia iria conseguir negociar no futuro - e de "maneira diplomática" - a devolução dos territórios ocupados.

Questionado sobre as intenções de Donald Trump de alegadamente querer forçar o fim da guerra com a cedência à Rússia dos territórios ucranianos ocupados, Zelensky responde que a adesão à NATO para os territórios não ocupados teria de ser a moeda de troca. Para o presidente ucraniano, isso iria colocar um ponto final na “fase quente da guerra” - mas sublinha que o convite da NATO tem de reconhecer internacionalmente as fronteiras da Ucrânia.

“Se quisermos parar com a fase quente da guerra, temos de colocar sob a alçada da NATO os territórios da Ucrânia que temos sob o nosso controlo”, insiste Zelensky.

O presidente ucraniano considera que é necessário um cessar-fogo que “garanta que Vladimir Putin não possa voltar” a invadir a Ucrânia com o objetivo de conquistar mais território. “Temos de o fazer rapidamente”, considera Zelensky - e acrescenta que, mesmo com um acordo de cessar-fogo, não vai desistir de recuperar o território que perdeu na guerra: “Depois a Ucrânia pode recuperá-los de forma diplomática”.

O presidente da Ucrânia argumenta ainda que a NATO deve colocar “imediatamente” os territórios não ocupados sob a sua proteção. “Caso contrário, ele voltará”, referindo-se a Vladimir Putin e às forças militares russas.

Zelensky sempre garantiu que jamais cederia um centímetro que fosse de território ao Kremlin, incluindo a Crimeia, que está anexada e sob controlo russo desde fevereiro de 2014.

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