Veja bem onde caíram estes dois mísseis, os “punhais” russos. E o que isso significa enquanto aviso de Putin ao Ocidente

26 mar 2022, 12:35
Os mísseis hipersónicos Kinzhal atingiram um armazém em Deliatyn, mas, pelo alcance que têm, poderiam ter sido dirigido às bases da NATO de Deveselu, na Roménia, ou de de Redzikowo, na Polónia. "É uma mensagem.”

Utilização de mísseis hipersónicos Kinzhal pela Rússia surpreenderam o Ocidente. Mas além das armas, também a localização dos bombardeamentos parece ser um aviso da Rússia: tem capacidade para atingir duas bases estratégicas da NATO. Este mapa explica porquê

Uma semana depois dos bombardeamentos com dois mísseis Kinzhal russos em Ivano-Frankivsk, os analistas estratégicos ainda estão a avaliar o significado da utilização destas armas inovadoras da Rússia, os mísseis hipersónicos. Além das armas utilizadas, há outro aspecto relevante: o local bombardeado. Porque parece ser um sinal de ameaça à NATO.

É o que defende o major-general Agostinho Costa, em entrevista à CNN Portugal. O alvo dos mísseis foi um depósito de munições em Deliayn, no oeste da Ucrânia, não muito longe de Deveselu, na Roménia, e de Redzikowo, na Polónia, onde a NATO tem instalados postos de comando de controlo de sistemas antiaéreos contra mísseis balísticos.

“O centro de gravidade estratégico desta guerra é a NATO. Estes dois mísseis foram um sinal para a NATO”, afirma. A utilização dos Kinzhal – palavra que significa “punhal” em russo – traduzem “uma grande mudança”, porque há “uma transição de tecnologia”. São misseis estratégicos, defende, e foram lançados num ponto entre as fronteiras da Ucrânia com a Roménia e com a Polónia: a 836 quilómetros de Redzikowo e a 476 de Deveselu. “É uma mensagem.”

Os mísseis hipersónicos Kinzhal “quebram o equilíbrio de forças e anulam as defesas antimíssil”, defende Agostinho Costa.

 

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“Estes misseis Kinzhal, hipersónicos, voam baixo e a uma velocidade que o antimíssil não para. São “a arma ideal”, como lhes chama o senhor Putin. E podem levar uma ogiva nuclear. Estes dois mísseis foram cirúrgicos. Não foram para os ucranianos, foram para a NATO. E os americanos sabem isso, sabem que neste momento não têm capacidade de eliminar estas medidas. Estes misseis, se direcionados para os porta-aviões, afundam os 11 porta-aviões americanos. Os americanos sabem isso. E isto permite em certa medida paralisar a NATO e os Estados Unidos”, acrescenta Agostinho Costa, numa entrevista que pode ler na íntegra aqui.

“Nas armas hipersónicas, aparentemente quem vai à frente são os russos”, conclui.

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