União Europeia impõe embargo ao carvão russo. É a primeira vez que os europeus atingem o setor energético da Rússia

Agência Lusa , BCE
7 abr 2022, 23:40
Mina de carvão em Kemerovo, Rússia (Phelan M. Ebenhack/AP)

A UE importa 45% do seu carvão da Rússia por um valor de quatro mil milhões de euros por ano

Os 27 Estados-membros da União Europeia (UE) decidiram, esta quinta-feira, impor um embargo ao carvão russo e o encerramento de portos europeus, como parte da quinta ronda de sanções contra Moscovo, anunciou a presidência francesa do Conselho da UE.

Este pacote "muito substancial" prevê ainda a proibição de exportações para a Rússia, em particular de bens de alta tecnologia, até 10 mil milhões de euros, e novas sanções contra os bancos russos, de acordo com a mesma fonte.

As novas medidas foram propostas pela Comissão Europeia após a descoberta de dezenas de cadáveres de civis no passado fim de semana na cidade de Bucha, na região administrativa de Kiev.

Esta é a primeira vez que os europeus atingem o setor energético russo, do qual são muito dependentes.

A UE importa 45% do seu carvão da Rússia por um valor de quatro mil milhões de euros por ano.

O embargo irá entrar em vigor no início de agosto, 120 dias após a publicação do novo pacote de sanções no diário oficial da UE prevista para sexta-feira. A Alemanha já avisou que vai precisar deste período de transição completo para encontrar alternativas a fornecedores de carvão. "Vamos precisar de usar este período", adiantou o chanceler alemão, Olaf Scholz, em conferência de imprensa após uma reunião com os líderes dos Estados federais do país.

"Se for mais rápido, tudo bem. Mas vamos precisar de algum tempo, tal como as empresas, que já andam à procura de novos fornecedores há algum tempo", acrescentou.

A lista de produtos russos proibidos de importar para a UE também é alargada a algumas "matérias-primas e materiais críticos" por um valor estimado de 5,5 mil milhões de euros anuais, a fim de interromper o financiamento do esforço de guerra de Moscovo.

As transportadoras rodoviárias russas e bielorrussas estão agora proibidas de operar na UE, especificou a presidência francesa no Twitter.

A lista negra da UE está também a ser alargada por mais de 2000 nomes de pessoas, incluindo oligarcas russos e as duas filhas do Presidente russo, Vladimir Putin, de acordo com um documento analisado pela agência de notícias AFP.

A Rússia "vai sofrer uma longa descida ao isolamento económico, financeiro e tecnológico", escreveu no Twitter a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.

Esta quinta-feira, os países do G7 anunciaram novas sanções económicas contra a Rússia, incluindo a proibição de todos os novos investimentos em setores-chave em resposta à "escalada contínua de guerra" na Ucrânia.

"Proibimos novos investimentos em setores-chaves da economia russa, incluindo energia", indicou o G7 num comunicado, anunciando também "sanções adicionais contra o setor de defesa russo" e contra as "elites e os seus familiares" que apoiam o conflito russo-ucraniano.

As proibições de exportação de alguns bens vão ser alargadas, as sanções contra bancos e empresa públicas também vão ser ampliadas, segundo o documento.

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