Ucrânia quer reativar reatores da central nuclear de Zaporizhzhia apesar dos riscos de um desastre

4 out 2022, 17:24
Central nuclear de Zaporizhzhia (Ministério da Defesa da Rússia/AP)

No dia 11 de setembro, a Energoatom decidiu suspender o funcionamento dos reatores devido ao intensificar dos combates, que aumentaram o risco de algum desastre ocorrer

A Ucrânia está a ponderar reativar dois reatores da central nuclear de Zaporizhzhia para preservar a segurança da mesma. A informação foi avançada pelo presidente da empresa que gere a central, a Energoatom, em entrevista à Associated Press.

"Se a temperatura for baixa, ficará tudo congelado no seu interior. O equipamento de segurança será danificado. Portanto, é preciso aquecimento e o único aquecimento virá do reator”, disse Petro Kotin.

A zona da central, na cidade de Energodar, está ocupada pelas tropas russas desde os primeiros meses da guerra. No dia 11 de setembro, a Energoatom decidiu suspender o funcionamento dos reatores devido ao intensificar dos combates, que aumentaram o risco de algum desastre ocorrer.

Atualmente, com as tropas russas ainda a controlar a central, a energia necessária para evitar que os vários sistemas de segurança congelem tem de vir da própria central.

"Se os sistemas congelarem, perde-se tudo. E depois disso, as consequências seriam muito, muito perigosas. "Neste momento, estamos a avaliar todos os riscos. E isto depende do tempo. E, na verdade, não temos muito tempo para isso", disse Kotin.

Na sexta-feira, o diretor-geral da central, Ihor Murashov, foi raptado pelas forças russas quando regressava do trabalho. Murashov garantiu que não foi torturado, mas foi forçado a prestar falsas declarações perante as câmaras antes da sua libertação, disse Kotin à Associated Press. Murashov acabou por ser libertado num posto de controlo russo e teve de percorrer a pé 15 quilómetros até voltar para território controlado pela Ucrânia.

A central de Zaporizhzhia está localizada numa das regiões que Moscovo anexou, decisão aprovada pelo Senado da Rússia esta terça-feira. Para assegurar a sua segurança, Kotin pediu o estabelecimento de uma zona desmilitarizada em torno da mesma.

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