Ucrânia espera grande ofensiva russa no próximo ano e avisa: vêm aí 150 mil homens de Moscovo

15 dez 2022, 21:24
Kherson, Ucrânia (EPA)

Kiev acredita que Vladimir Putin não vai abrandar o ritmo da guerra, bem pelo contrário

A Rússia estará a preparar uma grande ofensiva para o início de 2023. Essa é a crença das autoridades ucranianas, que esperam uma ordem do presidente russo, Vladimir Putin, para ataques em larga escala em solo ucraniano.

Em entrevista ao jornal The Guardian, o ministro da Defesa da Ucrânia, Oleksii Reznikov, afirmou que existem pistas de uma preparação por parte do Kremlin de uma grande ofensiva, que poderá surgir depois de sucessivos ataques a infraestruturas ucranianas como de eletricidade ou água.

Declarações que vão no mesmo sentido das do presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, ou de outros responsáveis militares, naquilo que pode ser uma tentativa de voltar a pressionar o Ocidente para o envio de armas e sistemas defensivos.

Quanto ao tempo exato da ofensiva, não existe ainda uma informação clara: Oleksii Reznikov sugeriu que tal possa acontecer em fevereiro, enquanto outros responsáveis das Forças Armadas sugerem que pode ser antes, ainda em janeiro.

A sustentar as informações russas está um número: 150 mil. É esse o número de soldados russos que estão a ser treinados há várias semanas para entrarem em ação na guerra, fazendo parte dos 300 mil homens que se juntaram ao exército de Moscovo após o decreto de mobilização parcial.

“A segunda parte da mobilização, aproximadamente 150 mil, começou o seu treino em diferentes campos”, referiu Oleksii Reznikov, sublinhando que a preparação mínima deve decorrer durante três meses, o que aponta para um estado de prontidão no mês de fevereiro.

À parte disso, disse o ministro ucraniano da Defesa, Kiev espera que Moscovo possa continuar a mobilizar mais cidadãos para a guerra, incluindo ao ponto de atingir uma mobilização total, uma vez que as forças russas não estão a conseguir os seus principais objetivos: o Donbass ainda não está todo tomado e houve um grande recuo na região de Kherson, deixando mais longe a previsível pretensão de Vladimir Putin de unir território russo até à Moldova, passando por Odessa, o que lhe daria controlo total do Mar Negro.

“O Kremlin está a tentar encontrar novas soluções para chegar à vitória”, acrescentou Oleksii Reznikov.

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