Ainda assim: o presidente ucraniano não acredita que Putin aceite qualquer acordo. Por isso, Zelensky continua a pressionar os EUA para obter mísseis e outras armas
A Ucrânia e os seus aliados concordaram em trabalhar num plano de cessar-fogo nos próximos dez dias, disse o presidente Volodymyr Zelensky, na sequência da proposta do presidente dos EUA para parar a guerra nas linhas atuais.
Depois da reunião entre Trump e Zelensky, o primeiro-ministro do Reino Unido, Keir Starmer, sugeriu a apresentação de uma proposta de paz nos moldes do plano de Trump para Gaza. Zelensky discutiu a questão com Starmer e outros líderes europeus na semana passada. Disse-lhes que as situações em Gaza e na Ucrânia são diferentes, mas que está disposto a trabalhar nesse sentido.
O plano deve ser curto, sem muitos pormenores, disse Zelensky em entrevista ao Axios. "Alguns pontos rápidos. Por exemplo, um plano de cessar-fogo. Decidimos que vamos trabalhar nisso na próxima semana ou nos próximos dez dias". No entanto, Zelensky sublinhou que está cético quanto ao facto de Putin estar pronto a aceitar qualquer plano de paz.
Zelensky acrescenta que a Ucrânia - para pressionar a Rússia para conversações - está a pedir à administração dos EUA não só mísseis Tomahawks mas "coisas semelhantes" que não requerem uma longa formação. "Penso que a forma de trabalhar com Putin é apenas através da pressão", disse.
Numa entrevista telefónica de 35 minutos no domingo, Zelensky disse ao Axios que as novas sanções do presidente Trump vão afetar a máquina de guerra russa, mas a Ucrânia ainda precisa de mísseis de longo alcance para forçar Vladimir Putin a fazer a paz: "O presidente Trump está preocupado com a escalada. Mas acho que, se não houver negociações, haverá uma escalada de qualquer maneira. Se Putin não parar, precisamos de algo para o impedir. As sanções são uma dessas armas, mas também precisamos de mísseis de longo alcance".
