Será que a “arma do apocalipse” da Rússia existe mesmo? Jornal espanhol lança a dúvida

7 out 2022, 10:28

“O Poseidon apresenta tantas dificuldades técnicas que é quase uma piada", afirma o correspondente do El Mundo em Washington

O jornal espanhol El Mundo publicou esta quinta-feira um texto a questionar a veracidade de uma informação avançada na imprensa ocidental esta semana, a de que o submarino russo K-329 Belgorod está em alto-mar e transporta o Poseidon, um míssil nuclear conhecido como a “arma do apocalipse”.

“A informação seria certamente aterradora se não fosse o facto de o 'Belgorod' não ser, tanto quanto sabemos, nada de excecional, e o Poseidon não existir, e provavelmente nunca existirá, porque é uma arma que não pode ser fabricada”, escreve o correspondente da publicação em Washington, Pablo Pardo.

O jornalista afirma que o K-329 é, “talvez, o submarino mais horrível do mundo”, apontando que, desde que começou a ser fabricado, em 1992, até entrar em serviço, em 2010, passaram quase 30 anos, e frisando que a Rússia chegou mesmo a ponderar vendê-lo à Índia para conseguir “sacar uns cobres”.

“Há uma razão para este atraso gigantesco: a Rússia não tem dinheiro para construir este navio”, aponta.

Sobre o míssil Poseidon, o El Mundo refere que não só não existe como não será possível ser construído.

“O Poseidon apresenta tantas dificuldades técnicas que é quase uma piada. A mais óbvia é encaixar um reator nuclear - que é normalmente grande - num torpedo com 20 metros de comprimento por 2,5 metros de largura. Se isso for possível, resta ver como o míssil se movimentará, dado que os reatores (…) são extremamente pesados”, explica.

De acordo com as informações disponibilizadas pela Rússia, o Poseidon terá uma autonomia de 20 mil quilómetros e não será tripulado. Por fim, Pablo Pardo questiona também a utilidade deste tipo de armamento.

“Porquê atacar um porto com uma bomba atómica? Não faria mais sentido explodir, digamos, Washington ou os centros de comando e controlo dos Estados Unidos?”, pergunta o jornalista, afirmando que, se o Poseidon existisse e a Rússia o usasse, “seria o fim do mundo” ou, pelo menos, “a aniquilação da Rússia”.

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