"Se Putin for humilhado, o regime russo colapsa". A análise de Agostinho Costa

8 mai 2022, 10:40
Rússia "tem pouco para apresentar" no dia 9 de maio, considera Agostinho Costa

Major-general afirma que o presidente russo "não pode perder esta guerra", e avança qual a "grande mensagem" que Vladimir Putin irá transmitir nas celebrações do Dia da Vitória

Este domingo comemora-se o 77.º aniversário da rendição da Alemanha no final da II Guerra Mundial. Neste dia, em 1945, os Aliados do Ocidente organizaram uma cerimónia para a rendição incondicional dos alemães, algo que o major-general Agostinho Costa afirmou não ter agradado ao líder soviético da altura.

“Estaline não aceitou a iniciativa e exigiu que fosse organizada em Berlim uma outra cerimónia, que acabou por acontecer no dia 9 de maio”, disse o major-general à CNN Portugal.

O vice-presidente da EuroDefense explicou que este conflito “toca muito fundo aos russos, porque a União Soviética perdeu mais de 25 milhões de pessoas”.

“É preciso também perceber a dimensão das perdas. 80% das mortes em combate da Alemanha Nazi ocorreram na Frente Leste. Os alemães empenharam contra os soviéticos a módica quantia de 228 divisões. São milhões de homens. A batalha no continente europeu deu-se, fundamentalmente, no Leste”, adiantou.

Agostinho Costa afirma também que o facto de Putin não ser comunista, a ideologia de Estado da União Soviética, não o impede de estabelecer um paralelismo entre o que aconteceu na II Guerra Mundial e o que está a ocorrer na Ucrânia.

“Essa é a grande mensagem de Putin. Amanhã (9 de maio), Putin vai-nos lembrar fundamentalmente a história, os números e as expectativas quando a Alemanha decidiu invadir a URSS. Mesmo em Washington havia algum receio que Moscovo caísse ao fim de alguns meses”.

O major-general afirma também que o presidente russo “não pode perder esta guerra”.

“Se Putin for humilhado, se a Rússia for humilhada na Ucrânia, colapsa o regime russo. Cai Putin e cai toda a sua entourage”.

Quanto ao conflito em si, Agostinho Costa sublinha que tem havido ganhos territoriais “de parte a parte, destacando a tomada de localidades “muito relevantes” a nordeste de Kharkiv por parte de Ucrânia. Por outro lado, o major-general releva também a conquista “significativa” de Popasna pelos russos.

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