Russos destruíram laboratórios e material de controlo da radioatividade em Chernobyl

10 abr 2022, 19:13
Central nuclear de Chernobyl (Maxar Technologies)

O retrato é feito pela Ucrânia à Agência Internacional de Energia Atómica, que elogia os esforços encetados após ter sido recuperado o controlo da central nuclear

Os russos destruíram os laboratórios de monitorização da radiação radioativa e os instrumentos de análise da central nuclear de Chernobyl também foram “roubados, quebrados ou desativados”.

O retrato é feito pelas autoridades ucranianas à Agência Internacional de Energia Atómica (IAEA, na sigla inglesa). A organização, num comunicado assinado pelo diretor-geral Rafael Mariano Grossi, destaca os esforços positivos da Ucrânia após voltar a controlar a central. Contudo, fica o aviso de que “ainda falta muito trabalho para o retorno à normalidade”.

Um dos passos dados nesse sentido foi a primeira rotação de pessoal em Chernobyl em três semanas. Os russos deixaram a central nuclear no início de abril, depois de a controlarem durante um mês, sujeitando os trabalhadores a um trabalho sob grande pressão.

No mesmo comunicado a IAEA revelou que vai enviar uma missão para avaliar a situação na central nuclear, sendo que será o próprio Rafael Mariano Grossi a encabeçar a equipa.

Após a retirada, começa agora a conhecer-se o impacto do controlo russo de Chernobyl. As autoridades ucranianas revelaram à CNN que a sala onde viviam os efetivos russos na central nuclear revelaram níveis de radiação superiores ao normal.

Em causa estarão partículas e poeiras trazidas nos sapatos dos militares após incursões na Floresta Vermelha, que circunda a unidade onde aconteceu o desastre nuclear de 1986. Neste terreno, os russos terão cavaco trincheiras, segundo imagens de drone reveladas pelos ucranianos.

O chefe da agência nuclear da Ucrânia visitou também uma das secções da zona de exclusão da Floresta Vermelha, onde verificou a existência de radioatividade “anormalmente elevada” no espaço onde os russos atuaram.

As indicações apontam para radiações 10 a 15 vezes acima do normal. Já radiação que pode ter surgido a partir do solo poderá ter sido até 160 vezes acima do recomendado.

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