No lançamento do "Ocean-2024", o presidente russo Vladimir Putin enviou recados para os EUA, acusando Washington D.C. de provocar uma “corrida ao armamento”
A Marinha Russa começou esta terça-feira o seu maior exercício desde o fim da União Soviética. Denominado “Ocean-2024”, o exercício vai mobilizar 400 navios, 120 aeronaves, 7.000 unidades e 90.000 militares, e decorrerá simultaneamente nos Oceanos Pacífico e Glacial Ártico e nos mares Mediterrâneo, Báltico e Cáspio.
Segundo o ministro da Defesa da Rússia, Andrei Belousov, as forças navais vão realizar simulações de “ataques em larga escala” a partir do mar contra a Rússia, de modo a preparar a Marinha Russa para essa eventualidade.
“Prevê-se cumprir as tarefas de repelir agressões em grande escala de um potencial inimigo vindo do oceano, combater barcos não tripulados, veículos aéreos não tripulados, defender bases navais e realizar operações anfíbias, tendo em conta a experiência de uma operação militar especial”, referiu Belousov, citado pela agência TASS.
Um dos pontos de maior destaque do Ocean-2024 é a participação da Marinha Chinesa, que realizará operações no Pacífico. “Da parte da Marinha do Exército Popular de Libertação, quatro navios de guerra e um navio de reabastecimento estão envolvidos no exercício”, disse o Ministério da Defesa da Rússia em comunicado. “Os agrupamentos da Frota do Pacífico e da Marinha da República Popular da China desenvolverão ações práticas conjuntas para a defesa das comunicações marítimas e das zonas de atividade económica marítima na região de Primorsky Krai”, completou o executivo de Moscovo.
No lançamento do exercício, que se prolongará até à próxima segunda-feira, o presidente russo afirmou que serão testadas armas de alta precisão, e prometeu que a Marinha Russa vai continuar o seu fortalecimento, incluindo “na vertente nuclear estratégica”.
Vladimir Putin mandou recados para os EUA, acusando Washington D.C. de provocar uma “corrida ao armamento” e tentar obter “vantagens militares tangíveis”.
“Vamos fazer tudo o que for necessário para uma defesa fiável da Rússia e dos nossos cidadãos, para preservar a estabilidade estratégica e o equilíbrio de poderes no mundo”, prometeu Putin, citado pela TASS.