Rússia prevê que Europa sofra escassez de petróleo devido a embargo

Agência Lusa , DCT
2 jun 2022, 18:22
Refinaria (Foto: Erik McLean/Unsplash)

O vice-primeiro-ministro da Rússia considerou que esta “é uma solução muito ineficiente do ponto de vista da segurança energética global, do ponto de vista dos interesses dos consumidores".

O vice-primeiro-ministro da Rússia, Alexander Novak, previu esta quinta-feira um possível défice de petróleo e derivados na Europa devido ao embargo parcial ao crude russo imposto pela União Europeia (UE).

Trata-se de uma medida "motivada politicamente, não economicamente" e que afetará os consumidores europeus em primeiro lugar, afirmou o governante russo em declarações após uma reunião da aliança OPEP+, composta pelos 13 membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) e 10 aliados externos.

"Vemos um aumento dos preços, não só do petróleo, mas também de derivados. Não excluo que haja uma grande escassez de produtos petrolíferos na UE", sublinhou.

O vice-primeiro-ministro da Rússia considerou que esta “é uma solução muito ineficiente do ponto de vista da segurança energética global, do ponto de vista dos interesses dos consumidores".

Já a Rússia, será “forçada a reconfigurar a indústria de petróleo e gás na situação atual", disse o ministro, repetindo a mensagem já antes transmitida por Moscovo de que as empresas e as autoridades russas já estão a lidar com estes problemas e se adaptarão ao embargo da UE, que entra em vigor no final do ano.

A Europa, por sua vez, para garantir a entrega de petróleo para transformação, terá de alterar os laços "estáveis" que manteve durante décadas com a Rússia e conseguir que os produtores redirecionem o crude de outros mercados para a UE.

O Kremlin também quis hoje minimizar o impacto do embargo da UE.

O porta-voz da presidência russa, Dmitry Peskov, disse na sua conferência de imprensa diária que a Rússia não venderá o petróleo "com prejuízo".

"Naturalmente, a Rússia não venderá nada com prejuízo. Em todo o caso, se a procura diminuir em algum lugar, aumenta noutros. Há uma reorientação dos fluxos, uma procura das condições mais favoráveis", insistiu.

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