Dois jornalistas ucranianos também vão ser alvo do mesmo tipo de ação
Os serviços de segurança russos do FSB abriram um processo-crime contra um jornalista da CNN por alegadamente ter atravessado ilegalmente a fronteira com a Rússia para filmar uma reportagem na região de Kursk.
Segundo FSB, o jornalista em questão é Nick Paton Walsh, britânico e correspondente principal de segurança internacional da CNN.
Segundo as agências internacionais, o FSB também abriu processos semelhantes contra dois jornalistas ucranianos, Diana Butsko e Olessia Borovik. O motivo foi o mesmo: "Atravessarem ilegalmente a fronteira”.
Moscovo vai emitir em breve um mandado de captura internacional relacionado com os processos. A pena máxima para quem for considerado culpado de atravessar ilegalmente a fronteira é de cinco anos de prisão.
O jornalista foi o autor de reportagens na cidade russa de Sudzha, na região de Kursk, localizada a 10 quilómetros da fronteira com a Ucrânia.
Numa das reportagens que motivou os serviços de segurança russos a agirem contra o jornalista da CNN, o correspondente britânico é visto a descrever ao pormenor a entrada das tropas ucranianas em território russo. "É surreal estar novamente na Rússia com as tropas ucranianas a liderar", afirmou.
Em comunicado, a CNN garante que a viagem de Nick Paton Walsh foi legítima. "Ao longo deste conflito, a nossa equipa divulgou reportagens factuais e imparciais que abrangem as perspetivas tanto da Ucrânia como da Rússia sobre a guerra", refere.
"A nossa equipa foi convidada pelo governo ucraniano, juntamente com outros jornalistas internacionais, e escoltada pelos militares ucranianos para ver o território que tinha sido recentemente ocupado. Esta é uma atividade protegida de acordo com os direitos concedidos aos jornalistas ao abrigo da Convenção de Genebra e direito internacional", acrescenta-se no comunicado da CNN.
As forças ucranianas atacaram a região de Kursk no dia 6 de agosto, marcando um novo rumo na guerra e surpreendendo o exército de Putin. Na última atualização da situação feita pelo presidente, Volodymir Zelensky, na noite de quarta-feira, Kiev atualmente controla 93 localidades na região de Kursk. Ao mesmo tempo, o presidente russo prometeu “expulsar” as forças ucranianas e o Kremlin já mandou erguer abrigos de betão ao longo da faixa controlada pela Ucrânia.