Rússia diz que estes países da NATO são "alvos" e Ucrânia alerta "para nova ofensiva a partir da Bielorrússia": "É assim que iniciam um novo ataque"

30 abr, 13:42

Declarações "incendiárias" do antigo presidente russo voltam a agitar o tabuleiro da segurança europeia. Enquanto Dmitry Medvedev ameaça com ataques - até nucleares - contra países da NATO, o presidente ucraniano alerta para movimentações perigosas no verão. Especialistas avisam: “Temos de nos preparar para um possível conflito com a Rússia”

Dmitry Medvedev voltou a acender os alarmes na Europa. O antigo presidente russo e atual vice-presidente do Conselho de Segurança da Rússia acaba de lançar mais uma ameaça direta: Finlândia e Suécia tornaram-se “alvos” das forças armadas russas, incluindo a possibilidade de ataques nucleares, depois da adesão à NATO, sem esquecer a Polónia e os Bálticos - Lituânia, Letónia e Estónia

“Agora estão num bloco hostil em relação a nós. Isso significa que se tornaram automaticamente alvos para as nossas forças armadas, incluindo possíveis ataques de retaliação, possivelmente até nucleares”, afirmou Medvedev, num tom que muitos analistas consideram provocatório, para intimidar o Ocidente.

Em paralelo, Volodymyr Zelensky deixa um aviso: a Rússia poderá estar a preparar uma nova ofensiva a partir da Bielorrússia, sob o pretexto de exercícios militares. “É normalmente assim que iniciam um novo ataque”, alertou o presidente ucraniano. “Mas onde é que ele vai parar? Ucrânia, Lituânia, Polónia? Deus nos abençoe, não! Mas todos temos de estar preparados.”

As movimentações de Moscovo neste flanco voltam a colocar pressão nos países da NATO e da União Europeia, especialmente num momento em que os Estados Unidos da América parecem estar a reduzir o seu envolvimento direto no continente europeu.

Para o comentador da CNN Portugal Francisco Pereira Coutinho, estas declarações são mais do que simples provocações. “Medvedev é um incendiário”, considera, lembrando que, embora sem poder executivo, tem servido como mensageiro de ameaças repetidas, “muitas vezes completamente irresponsáveis, como agora com o uso de armas nucleares”.

“O objetivo é claro: coagir o Ocidente a deixar de apoiar a Ucrânia”, explica o especialista. E sublinha: “Temos de nos preparar para um possível conflito com a Federação Russa. Este tipo de retórica é particularmente agressiva. Sobretudo num contexto em que os EUA se estão a afastar da Europa, é mais um sinal de que temos de levar a sério a ameaça.”

A adesão recente da Finlândia e da Suécia à NATO foi a resposta clara de ambos os países à agressão russa na Ucrânia. No entanto, para o Kremlin, esse passo apenas “confirmou” a sua narrativa de cerco e hostilidade.

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