Primeiro com tanques e carros de combate, mas depois já com drones também, este foi um dos maiores ataques a território russo
Mais de 300 soldados, vários tanques e carros de combate. A Ucrânia tentou, esta terça-feira, uma das maiores incursões em território russo, de acordo com a propria Rússia, de onde têm surgido várias informações relativas ao caso.
Tudo terá começado logo pela manhã, às 08:00 locais (menos duas horas em Portugal Continental), quando cerca de 300 militares da 22.ª brigada mecanizada da Ucrânia decidiram atravessar a fronteira de Sumy para Kursk, uma das regiões russas que fazem fronteira com a Ucrânia.
“Apoiados por 11 tanques e mais de 20 carros de combate”, de acordo com o ministério russo da Defesa, os soldados ucranianos atacaram várias unidades em Nikolayevo-Daryino e Oleshnya, ambas zonas já dentro da Rússia.
Seguiu-se uma confusão de informação e algum silêncio de parte a parte, sendo difícil perceber ao certo o que estava a acontecer. O governador da região, Alexei Smirnov, escreveu na rede social Telegram que um dos primeiros ataques tinha matado uma mulher, enquanto um homem tinha também morrido num caso separado.
Era, nessa altura, uma situação “difícil”, pelo que se pedia aos residents que procurassem abrigo em “salas sem janelas e com paredes sólidas”. Isso enquanto as forças russas tentavam “rebater os ataques e infligir fogo no inimigo”, de acordo com a Defesa russa, que chegou a utilizar “aviação militar” para repelir as forças ucranianas.
Vários vídeos publicados nas redes sociais, nomeadamente no Telegram, mostravam pelo menos dois caças russos a sobrevoar os céus de Kursk a baixa altitude, enquanto um navio em chamas era visto do lado russo da fronteira.
Dada a dificuldade da situação, o governo russo decidiu destacar forças compostas por reservistas para a zona, onde acabaram destruídos 16 dos carros de combate levados pelos ucranianos. Tudo isto sem que, a qualquer momento, o governo ou o exército ucraniano se pronunciassem sobre o que quer que fosse.
“A Rússia não controla a fronteira” em Kursk. Esta foi mesmo uma das poucas reações do lado ucraniano, e veio lde Andriy Kovalenko, responsável no conselho de Segurança e Defesa da Ucrânia.
Dez horas depois e os combates ainda continuavam, mas o Ministério da Defesa da Rússia acabaria por afirmar que os oponentes tinham sido derrotados e que a maioria já se tinha retirado de território russo.
Só que, numa eventual contradição de que já estava tudo bem, o governador de Kursk acabaria por anunciar, já na madrugada do dia seguinte, que um ataque conduzido com um drone tinha matado um condutor de uma ambulância e um paramédico.
A Rússia tem avisado várias vezes a Ucrânia para episódios deste género, costumando lançar ataques de resposta pouco tempo depois. Resta saber se desta vez, um dos casos mais difíceis de controlar até agora, vai fazer o mesmo.