O presidente da Rússia admitiu que vai continuar a atacar as infraestruturas de energia da Ucrânia, apesar de estes ataques deixarem milhões de pessoas sem eletricidade e água em pleno inverno
"É quase indecoroso vermos um presidente de copo de champanhe na mão e a sorrir, assumindo que está a bombardear infraestruturas críticas no país vizinho", afirma Helena Ferro de Gouveia, comentadora da CNN Portugal, ao comentar as imagens divulgadas na quinta-feira mostrando o presidente da Rússia, a admitir que vai continuar a atacar as infraestruturas de energia da Ucrânia, apesar de estes ataques deixarem milhões de pessoas sem eletricidade e água em pleno inverno.
“Há muito barulho sobre os nossos ataques a infraestruturas de energia de um país vizinho. Sim, nós fazemo-lo. Mas quem começou?”, atirou Putin, citado pela AFP. Putin apresenta os ataques como uma resposta a ataques ucranianos, como aquele que destruiu parte da ponte que ligava a Rússia à península da Crimeia. O presidente russo insistiu que há uma dualidade de critérios do Ocidente face a esta realidade.
"Aquilo que Putin diz, e que é para levar muito a sério, é que vai continuar a bombardear infraestruturas elétricas e de água essenciais à vida dos civis ucranianos, visando fazer coincidir este bombardeamento com o pico do inverno, tornando a vida dos cidadãos cada vez mais difícil. Aquilo que se pretende é quebrar o moral da população ucraniana, mas não acredito que o venha a conseguir", analisa Helena Ferro de Gouveia.
Por outro lado, Helena Ferro de Gouveia concorda com o presidente da Ucrânia, que considera que a Rússia deveria ser acusada de terrorismo pelo uso massivo de minas terrestres. "Quando se fala em 170 mil quilómetros de área minada, estamos a falar em hipotecar o futuro dos ucranianos", sublinha. "Isto constitui mais um crime de guerra dos russos."
