O jornal americano The New York Times diz que este novo desenvolvimento “reforça o quão infiltradas as agências americanas estão nos serviços secretos e comando militar da Rússia”
O jornal americano “The New York Times” noticiou esta quinta-feira uma nova fuga de informação, também de documentos confidenciais do Pentágono, que dá conta de intensas disputas internas no seio do governo e aparelho estatal russo.
Num dos documentos desta nova série, que tem 27 páginas no total, as agências de informação dos Estados Unidos alegam que Serviço Federal de Segurança da Rússia (FSB) “acusou” o Ministério da Defesa do país de “ofuscar as mortes de soldados russos na Ucrânia”, o que demonstra, dizem os analistas americanos, a “contínua hesitação dos militares em partilhar más notícias para os superiores na cadeia de comando”.
De acordo com as informações do documento, datado de 28 de fevereiro deste ano, o FSB aponta que a contagem do Ministério da Defesa da Rússia não inclui os mortos e feridos da Guarda Nacional Russa, do Grupo Wagner e das forças que o presidente da Chechénia, Ramzan Kadyrov, enviou para a Ucrânia. Para o FSB, o número total de feridos e mortos em combate “ronda os 110 mil”, uma grande diferença face ao último balanço de Sergei Shoigu, ministro da Defesa da Rússia, feito em setembro, que dava conta de apenas 5.937 mortes entre as forças russas.
O jornal americano diz que este novo desenvolvimento mostra que a fuga de informação “pode conter mais material que o inicialmente previsto” e, também, “reforça o quão infiltradas as agências americanas estão nos serviços secretos e comando militar da Rússia”.
Um outro documento analisado pelo The New York Times traz novos detalhes sobre a luta de poder entre Shoigu e Yevgeny Prigozhin, líder do Grupo Wagner. O chefe da força paramilitar russa pediu, em fevereiro, para que o governo russo libertasse munições “absolutamente necessárias” para os seus combatentes. Para tentar resolver o conflito, o presidente russo Vladimir Putin convocou uma reunião para o dia 22 de fevereiro, onde Shoigu e Prigozhin marcaram presença. No dia seguinte, o líder do Grupo Wagner comunicou que um novo pacote de munições estava a caminho da Ucrânia.
Os novos documentos, escreve o jornal, foram publicados no mesmo servidor da rede social Discord onde apareceram as primeiras fugas de informação. Fontes do Pentágono não confirmaram e sublinharam que não iriam confirmar a veracidade das informações, reporta o diário americano.