Padrinho da filha de Vladimir Putin entre os sancionados pela União Europeia

1 mar 2022, 11:51
Sergei Roldugin (Fotografia de Mikhail Svetlov/Getty Images)

O empresário junta-se assim aos 680 indivíduos e 53 entidades que viram os seus bens congelados pelos 27 Estados-membros da UE e que estão proibidos de viajar para o bloco europeu

Sergei Roldugin, um empresário russo e padrinho da filha mais velha do presidente Vladimir Putin, Maria, está entre os nomes visados pela lista de sanções dirigidas à Rússia pela União Europeia (UE), avança o The Guardian.

Com 71 anos, Roldugin, conhecido por "carteira de Putin", é um dos 26 oligarcas e figuras militares que na semana passada foram adicionados à lista de sanções do bloco europeu, na sequência da invasão da Ucrânia. 

O antigo violoncelista da orquestra do Kirov Opera Theatre junta-se assim aos 680 indivíduos e 53 entidades que viram os seus bens congelados pelos 27 Estados-membros da UE e que estão proibidos de viajar para o bloco europeu. Segundo o mesmo jornal, muitos dos visados nestas sanções são amigos próximos de Putin.

No documento aprovado pelos ministros dos Negócios Estrangeiros da UE, refere-se que Roldugin "é um empresário com ligações estreitas a Vladimir Putin". "Ele faz parte do esquema financeiro da rede de Putin. Detém pelo menos cinco entidades offshore e mantém os seus bens no Bank Rossiya (que também foi alvo das sanções europeias), conhecido como em Moscovo como 'carteira de Putin'".

"De acordo com a investigação do Consórcio Internacional de Jornalistas de Investigação, o senhor Roldugin é responsável por 'baralhar' pelo menos dois biliões de dólares através de bancos e empresas de offshore como parte da rede financeira oculta de Putin", acrescenta-se.

No texto pode ler-se ainda que o empresário participou na 'Troika Laundromat' e "canalizou biliões de dólares por essa via". Além disso, acrescenta, Roldugin "recebeu mais de 69 milhões de dólares através de empresas dentro da 'Troika Laundromat'” - um conjunto de 70 empresas offshore através das quais os empresários moviam biliões de dólares de riqueza privada da Rússia para o ocidente.

A lista de sanções inclui também Igor Sechin, o diretor-executivo da Rosneft, a empresa de petróleo estatal e uma das maiores produtoras de petróleo do mundo.

Sechin, de 61 anos, é descrito pelos ministros dos Negócios Estrangeiros como "um dos conselheiros mais próximos e mais confiáveis de Vladimir Putin, bem como um amigo" do chefe de Estado russo.

Também Nikolay Tokarev, um antigo espião da KGB, tal como Putin, e que hoje é diretor-executivo da Transneft, a maior empresa de petróleo e gás da Rússia, está incluído na lista de sanções do bloco.

No documento aprovado pelos 27, Tokarev é descrito como "um conhecido de longa data de Vladimir Putin", uma vez que trabalharam ambos para o KGB em 1980. "O senhor Tokarev é um dos oligarcas russos que assumiram o controlo de grandes quantidades de bens do Estado em 2000, na altura em que o presidente Putin se consolidava no poder", pode ler-se ainda.

A lista de sanções inclui ainda Alisher Usmanov, um empresário de 68 anos que, de acordo com a UE, é "um dos oligarcas favoritos de Vladimir Putin", operando no setor do ferro e do aço.

Dmitry Medvedev, antigo presidente e primeiro-ministro do país e atual vice-diretor do Conselho de Segurança da Rússia, "beneficiou do uso pessoal das residências luxuosas controladas pelo senhor Usmanov", pode ler-se ainda.

De acordo com o jornal, as sanções da UE contra a Rússia incluem ainda os seguintes nomes: Petr Aven, de 64 anos, amigo de Putin desde a década de 1990 que ainda hoje mantém contacto diário com o presidente; Mikhail Fridman, de 55 anos, um elemento-chave do banco Alfa que ajudou a filha de Putin, Maria, a desenvolver um projeto de caridade, o Alfa-Endo; e Dmitri Peskov, de 54 anos, assessor de imprensa de Putin.

Europa

Mais Europa

Patrocinados