"Nenhum país glorifica o neonazismo, exceto a Ucrânia", diz Putin, garantindo que tem "muito respeito" pelo povo ucraniano

5 out 2022, 14:41
Putin fala ao país

Presidente russo anunciou que assinou um decreto para alterar algumas das normas da mobilização parcial

Numa reunião com professores finalistas da competição "Professor do Ano" da Rússia, transmitida na televisão, Vladimir Putin voltou a acusar a Ucrânia de ser neonazi, dizendo que é o único país que "glorifica" essa ideologia.

"Sim, [o neonazismo] está em todo o mundo, mas não conheço um único país, exceto a Ucrânia de hoje, onde eles são elevados à categoria de heróis nacionais. Sim, há disso em Paris e, provavelmente, em Moscovo há alguns neonazis escondidos, mas estamos a persegui-los, estamos a lutar contra eles", disse Putin esta quarta-feira, citado pela RIA Novosti. "Talvez esta guerra não existisse hoje se não houvesse uma exaltação daqueles que colaboraram com Hitler, se não houvesse desejo de reviver esse neonazismo nos nossos territórios históricos".

Putin diz que, apesar da propaganda ocidental, russos e ucranianos são tratados "de forma igual na Rússia", e que tem "muito respeito pelo povo ucraniano".

"Nós, e apesar da tragédia de hoje, temos um grande respeito pelo povo ucraniano e pela cultura ucraniana, pela língua ucraniana, literatura e assim por diante. Nunca permitimos nada que seja permitido na Ucrânia em relação à cultura russa e à língua russa. Seguiremos um caminho diferente: trataremos tudo ucraniano com respeito", alegou o presidente russo.

Putin altera normas da mobilização parcial

Vladimir Putin afirmou também que assinou um decreto para alterar algumas das normas da mobilização parcial decretada a 21 de setembro.

"Inicialmente, o Ministério da Defesa informou que algumas categorias de cidadãos não seriam convocadas como parte da mobilização, mas ainda não fizeram as mudanças relevantes", justificou Putin, referindo que a lei inicial "não levou em conta o posicionamento do Ministério da Defesa".

Uma das alterações é, por exemplo, alargar a isenção de participação na mobilização a estudantes de universidades privadas e alguns estudantes pós-graduados.

Num recado para as novas gerações, o presidente russo exortou ainda os jovens a desenvolver um "sentimento de pertença aos destinos da Rússia".

"Precisamos de desenvolver e apoiar esse sincero sentido de responsabilidade, para que os jovens entendam como podem e devem usar o conhecimento adquirido nas aulas para a construção e criação da Rússia", afirmou.

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