NATO espera “grandes reforços no flanco leste". Quatro novos grupos de combate em cima da mesa

Pedro Falardo , Artigo atualizado às 14:05
23 mar 2022, 13:58
Secretário geral da NATO, Jens Stoltenberg, em conferência de imprensa sobre a situação na Ucrânia (AP Photo/Olivier Matthys)

Organização terá cimeira extraordinária esta quinta-feira. Líder da Aliança promete mais apoio à Ucrânia, mas adesão do país “não está na agenda”

O secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, afirmou esta quarta-feira que espera "grandes reforços no flanco leste" da Aliança ao nível de pessoal e de equipamento, com a implantação de quatro novos grupos de combate na Roménia, Bulgária, Eslováquia e Hungria, para somar aos quatro já existentes nos países do Báltico e na Polónia.

Cada grupo destes integrará pelo menos mil soldados de vários países da Aliança, que ficarão nos territórios de forma permanente.

Numa conferência de imprensa, em vésperas de uma cimeira extraordinária da organização, Stoltenberg disse ainda que os membros da NATO irão dar mais apoio à Ucrânia, em concreto nas áreas da cibersegurança e proteção contra ataques químicos e nucleares.

Sobre a possibilidade de a Ucrânia aderir à NATO, o secretário-geral da organização diz que o assunto "não está na agenda" da cimeira extraordinária da Aliança, a realizar amanhã em Bruxelas.

Jens Stoltenberg deixou ainda um alerta à Rússia: "O uso de armas química mudará a natureza deste conflito. A Rússia deve perceber, também, que nunca poderá ganhar uma guerra nuclear", disse, reafirmando que a NATO já está preparada para "qualquer tipo de ataque ou ameaça". Esta quinta-feira, antes de partida para Bruxelas, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, afirmou que o uso de armas químicas pela Rússia "é uma ameaça real".

O secretário-geral diz que os aliados irão discutir também o papel da China na guerra da Ucrânia, garantindo que alguns deles estão "preocupados" com o potencial apoio material de Pequim a Moscovo. Stoltenberg pediu à China para "condenar a invasão e encetar esforços diplomáticos com vista à paz", e à Bielorrússia para "parar de apoiar o esforço de guerra russo".

Stoltenberg afirma também que espera um compromisso por parte dos 30 Estados-membros de aumentar as despesas no setor da Defesa, sublinhando que "não podemos tomar a paz como garantida".

Relacionados

Europa

Mais Europa

Patrocinados