NATO avisa Rússia: qualquer ataque a infraestruturas dos aliados terá "resposta unida e determinada"

11 out 2022, 16:24
Jens Stoltenberg, secretário-geral da NATO (AP Photo)

Numa altura em que o Kremlin ameaça o Ocidente com armas nucleares, Jens Stoltenberg garante que a Aliança Atlântica está vigilante e vai, inclusive, realizar exercícios militares nucleares

O secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, afirmou esta terça-feira que a aliança de defesa está a "monitorizar de perto" as forças nucleares da Rússia e deixou claro que qualquer ataque deliberado à infraestrutura crítica dos aliados será recebido com uma "resposta unida e determinada".

Numa altura em que o Kremlin ameaça o Ocidente com armas nucleares, Jens Stoltenberg salientou que “as ameaças nucleares do Presidente Putin são perigosas e irresponsáveis”: “A Rússia sabe que uma guerra nuclear não pode ser ganha e nunca deve ser travada”, mas de qualquer forma “estamos a acompanhar de perto as forças nucleares russas”, garantiu aos jornalistas durante uma conferência de imprensa sobre a guerra na Ucrânia

E reforçou: “Não temos visto quaisquer mudanças na postura da Rússia, mas estamos vigilantes”.

Nestas declarações à imprensa, Jens Stoltenberg apontou que, na quinta-feira, irá promover uma reunião regular do grupo de planeamento nuclear e que, na próxima semana, a NATO irá realizar o seu exercício de dissuasão Steadfast Noon, “um treino de rotina que acontece todos os anos para manter a dissuasão nuclear a salvo, segura e eficaz”.

“O objetivo fundamental da dissuasão nuclear da NATO sempre foi preservar a paz, prevenir a coerção e dissuadir a agressão”, assegurou.

Cancelar exercícios militares nucleares "enviaria um sinal muito errado"

Questionado sobre a altura para a realização deste exercício, dadas as atuais tensões nucleares, Jens Stoltenberg apontou que “agora é o momento certo para ser firme e para ser claro que a NATO está lá para proteger e defender os Aliados”.

“Este é um exercício planeado há muito tempo, ainda antes da invasão da Ucrânia, e é um exercício de rotina para assegurar que o nosso dissuasor nuclear está salvaguardado”, justificou.

Além disso, “enviaria um sinal muito errado se agora, de repente, cancelássemos um exercício de rotina planeado há muito tempo por causa da guerra na Ucrânia”, o que abriria a porta a “mal-entendidos e erros de cálculo sobre a vontade de proteger e defender os Aliados, aumentando o risco de uma escalada”, argumentou ainda Jens Stoltenberg.

O secretário-geral da NATO salientou que o presidente russo “está a falhar na Ucrânia”, por a sua estratégia “não decorrer como planeado”, admitindo porém cautela sobre eventual uso de armas nucleares por parte da Rússia.

“O presidente Putin está a falhar na Ucrânia e a sua tentativa de anexação [das regiões separatistas], a mobilização parcial [de reservistas] e a retórica nuclear imprudente representam a escalada mais significativa desde o início da guerra e revelam que ele sabe que esta guerra não está a decorrer como planeado”, afirmou.

Para Jens Stoltenberg, “a Ucrânia tem o ímpeto e continua a fazer ganhos significativos, enquanto a Rússia recorre cada vez mais a ataques horríveis e indiscriminados contra civis e infraestruturas críticas”.

Um dia antes de uma reunião de dois dias dos ministros da Defesa dos aliados, na quarta-feira e quinta-feira em Bruxelas, o líder da Aliança Atlântica vincou que, por essa razão e apesar de “a NATO não ser parte do conflito”, tem estado a prestar apoio “com um papel fundamental”, para defesa da soberania da Ucrânia, assegurando que tal suporte se manterá “durante o tempo que for necessário”.

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