"Não somos testemunhas passivas da história, somos os autores da história". Biden responde a Putin na ONU

21 set 2022, 17:29

Presidente dos Estados Unidos da América discursou na assembleia-geral das Nações Unidas e acusou Putin de querer expandir fronteiras pelo derramamento de sangue, apagando um "estado soberano do mapa"

O presidente norte-americano disse esta quarta-feira, na sua intervenção na assembleia-geral da ONU, que o mundo enfrentou no último ano "uma guerra brutal e desnecessária escolhida por um homem", condenando a Rússia, enquanto membro permamente do Conselho de Segurança das Nações Unidas, por ter invadido um país vizinho e ter violado "sem vergonha" os princípios fundamentais da carta da ONU.

Num tom duro, Joe Biden decidiu abordar o tema da guerra da Ucrânia logo no início da sua intervenção, acusando Putin de tentar "apagar um estado soberano do mapa" e de organizar referendos fraudulentos. 

"Putin diz que teve de agir porque a Rússia foi ameaçada, mas ninguém ameaçou a Rússia e ninguém, a não ser a Rússia, procurou conflito", disse Biden. 

O presidente norte-americano continuou, acusando Putin de fazer ameaças nucleares à Europa, de tentar mobilizar ainda mais soldados para a guerra e de tentar anexar partes do território ucraniano. "O mundo deve ver estes atos ultrajantes pelo que eles são", sublinhou.

Biden disse ainda que a guerra da Rússia pretende extinguir o direito da Ucrânia à sua soberania e referiu os ataques dos militares russos a escolas, estações ferroviárias ou hospitais, mencionando mesmo a vala comum descoberta recentemente em Izyum. "É por isso que 141 nações na assembleia-geral se uniram para condenar inequivocamente a guerra da Rússia contra a Ucrânia", acrescentou.

Frisando que os EUA querem que a guerra termine em "termos justos", Biden disse também que o único país que continua a ser obstáculo a isso mesmo é a Rússia, pedindo aos países da ONU que sejam firmes e claros, condenando o recurso à violência para "expandir as fronteiras pelo derramamento de sangue".

 "A Ucrânia tem os mesmos direitos que todas as nações soberanas. Estamos solidários com a Ucrânia e contra a agressão da Rússia, ponto final", rematou o presidente dos EUA.

Falando ainda sobre a crise energética, Biden afirmou que os EUA estão a trabalhar com outros países em todo o mundo para que seja possível proteger as nações "da coerção ou domínio" e assegurar que nenhum país pode usar a energia como arma.

O presidente dos EUA não deixou também de reforçar o apelo a todas as nações para que se comprometam com o regime de não proliferação nuclear através da diplomacia: "Uma guerra nuclear não pode ser vencida e não deverá nunca ser travada", sublinhou, voltando a acusar Moscovo de fazer ameaças irresponsáveis sobre o uso de armas nucleares.

O presidente norte-americano terminou a sua intervenção apelando à necessidade de todos os países do mundo garantirem o cumprimento dos direitos humanos, admitindo que o planeta enfrenta "grandes desafios". Mas assinalou: "Não somos testemunhas passivas da história, somos os autores da história. Podemos fazer isto, temos de o fazer, por nós e pelo nosso futuro, pela Humanidade", concluiu Biden, antes de receber uma salva de palmas.

E.U.A.

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