Moldova desmente acusação russa e diz que Ucrânia não representa ameaça para a Transnístria

24 fev 2023, 10:09
A presidente da Moldova, Maia Sandu (Foto: Aurel Obreja/AP)

Ministério da Defesa da Rússia acusou Kiev de estar a preparar plano para invadir a Transnístria, região separatista da Moldova apoiada pelos russos. Governo moldavo desmente

O governo da Moldova desmentiu esta sexta-feira o Kremlin, que falou na existência de um plano ucraniano para invadir a Transnístria, território separatista moldavo que abriga tropas russas há décadas.

"Pedimos calma e pedimos que a informação seja recebida de fontes oficiais e credíveis da República da Moldova", informou o governo da Moldova em comunicado, citado pelo The Guardian.

"As nossas instituições cooperam com parceiros internacionais e, no caso de ameaças ao país, a população será informada imediatamente", acrescenta o comunicado do governo moldavo, que frisa que "não confirma" as alegações do Ministério da Defesa da Rússia.

O governo ucraniano ainda não deu resposta oficial às acusações de Moscovo, que esta quinta-feira, através de fonte do Ministério da Defesa, anunciou que Kiev representava uma "ameaça direta" às tropas russas na região separatista.

"As forças armadas da Federação Russa vão responder de forma adequada à provocação iminente do lado ucraniano", referia uma declaração da Defesa russa. 

Já o vice-ministro dos Negócios Estrangeiros de Moscovo, Mikhail Galuzin, foi citado pela agência russa TASS acusando o Ocidente de ter instruído o governo moldavo a parar todas as interações com as autoridades da Transnístria, apoiadas pelos russos.

Moldova denunciou tentativa de golpe de estado russa

Recorde-se que, já este mês, a presidente da Moldova, Maia Sandu, acusou Moscovo de planear um golpe para derrubar as chefias de Estado moldavas, alegação que foi prontamente negada pela Rússia.

"As tentativas do Kremlin de trazer violência à Moldova não vão funcionar. O nosso principal objetivo é a segurança dos cidadãos e do Estado. O nosso objetivo é a paz e a ordem pública no país", realçou a presidente da Moldova. "O propósito destas ações é derrubar a ordem constitucional, mudar o poder legítimo de Chisinau para um ilegítimo que colocaria o nosso país ao dispor da Rússia para travar o processo de integração europeia, mas também para que a Moldova pudesse ser usada pela Rússia na sua guerra contra a Ucrânia", revelou Maia Sandu.

A região da Transnístria, que a Rússia acusa a Ucrânia de planear invadir, é controlada por separatistas russos desde 1990. As suas autoridades não são reconhecidas pela comunidade internacional, que a considera parte da Moldova, ainda que Chisinau não tenha qualquer controlo sobre este território.

No início do mês de fevereiro, o presidente da Ucrânia revelou que Kiev intercetou planos dos serviços secretos russos para "destruir" a Moldova, que seriam semelhantes aos que foram levados a cabo na Ucrânia.

Em declarações perante o Conselho Europeu, Zelensky disse ter informado a presidente da Moldova Maia Sandu sobre o alegado plano, mas sem especificar se as intenções de Moscovo foram ou não descartadas.

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