E diz que há uma condição para o fazer
Nuno Melo considera que “qualquer pessoa normal” compreenderia a utilização de armamento por parte da Ucrânia em “ações defensivas” contra alvos militares em território russo. Diz que se trata de uma posição pessoal que, afirma, não compromete o Governo.
“Eu digo-lhe o que penso, quer dizer, tudo o que sejam ações defensivas implicam a utilização de armas. Imagine que tem peças de artilharia colocadas em território russo que estão a ser utilizadas para flagelar as linhas ucranianas. Os ucranianos estão inibidos de tentar destruir essas peças de artilha? Qualquer pessoa normal percebe que isso não faria muito sentido”, disse Nuno Melo, à margem do Fórum Schuman de Defesa e Segurança, em Bruxelas (Bélgica).
Face à insistência dos jornalistas na pergunta para que esclarecesse a posição portuguesa nesta matéria, Nuno Melo reforçou que, se houver “peças de artilharia em território de fronteira russo, por exemplo, que estão a ser utilizadas para assassinar ucranianos”, a Ucrânia devia poder utilizar o armamento que tem à sua disposição para “destruir estas peças de artilharia”.
“Parece-me evidente que poderão ser, numa perspetiva que é a minha, eu não quero com isso vincular o Governo”, completou.
Nuno Melo foi questionado sobre as limitações impostas por vários países à utilização de armamento ocidental pela Ucrânia, nomeadamente a impossibilidade de utilizá-lo para atingir posições em território russo.
Por exemplo, a região ucraniana de Kharkiv está a pouco mais de 50 quilómetros do distrito de Belgorod, na Rússia, de onde as tropas russas utilizam sistemas de mísseis e artilharia.
Mas vários países consideram que autorizar a Ucrânia a atacar posições em território russo com armamento ocidental podia ser interpretado como uma intervenção direta do Ocidente no conflito e levar a uma escalada.