Presidente ucraniano está a guardar detalhes do documento somente para Joe Biden. Ainda assim, e em entrevista à CNN Internacional, esclareceu o contexto
O presidente ucraniano está nos Estados Unidos para se encontrar com Joe Biden e apresentar o tão falado "plano da vitória". Na Europa, foi a própria Rússia a abordar o tema e a deixar alguma desconfiança sobre o documento.
O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, garantiu que Moscovo está disposto a analisar e estudar o "plano da vitória" de Volodymyr Zelensky quando e se surgir alguma informação oficial sobre o documento.
A realidade é que pouco ou nada se sabe sobre o plano de Volodymyr Zelensky, cujos detalhes só devem ser partilhados com o próprio Joe Biden.
Numa entrevista exclusiva à CNN Internacional, o presidente ucraniano apenas revelou que "vai falar com Biden sobre como reforçar o plano antes da cimeira de paz". Com isto, Zelensky quer que a Ucrânia e o Ocidente estejam "numa posição forte, porque decisões diplomáticas ou soluções só são boas quando somos fortes". "Caso contrário, Putin nem vai querer participar", garantiu.
"Penso que, de outra forma, a Rússia não estará interessada em qualquer tipo de circunstâncias sobre como podem parar a guerra", justificou Zelensky.
O presidente ucraniano explicou ainda que o "plano de vitória" foi desenhado sobre uma premissa central: "Putin não mudou a sua ideia principal". O presidente ucraniano referiu ainda que nas raras ocasiões em que ouvimos o presidente russo a dizer "algo sobre paz", era apenas Putin "a manipular alguns líderes que estão à espera de emoções" vindas do líder do Kremlin.
"Às vezes, [Putin] pode deixar algumas mensagens para o sul global e eles começam a dizer: 'Veem? Putin está pronto para o diálogo'. Que diálogo? Ele é um jogador e sente essa fraqueza do Ocidente e do sul global. Está a descobrir onde é que não estão unidos e onde têm interesses diferentes", argumenta o presidente da Ucrânia.
Zelensky culminou a entrevista à CNN com a certeza que todas as pessoas do planeta já deviam ter interiorizado: "A missão de Putin não é parar a guerra. Ele não quer parar nada, porque não precisa e tem muito medo do sucesso da Ucrânia".