Frédéric Leclerc-Imhoff, que trabalhava para o canal BFMTV, estava a bordo de um autocarro humanitário juntamente com civis retirados de uma zona perto de Severodonesk. Paris exige uma investigação ao sucedido
Um jornalista francês que trabalhava para o canal BFMTV e acompanhava a retirada de civis foi morto em Lugansk, no Donbass, após um ataque russo.
O presidente francês, Emmanuel Macron, confirmou a morte de Frédéric Leclerc-Imhoff e endereçou condolências, numa mensagem divulgada na rede social Twitter.
“O jornalista Frédéric Leclerc-Imhoff estava na Ucrânia para mostrar a realidade da guerra. [Estava] a bordo de um autocarro humanitário, ao lado de civis [que foram] obrigados a fugir para escapar das bombas russas, tendo sido fatalmente ferido”, escreveu o líder do Estado francês.
Journaliste, Frédéric Leclerc-Imhoff était en Ukraine pour montrer la réalité de la guerre. À bord d’un bus humanitaire, aux côtés de civils contraints de fuir pour échapper aux bombes russes, il a été mortellement touché.
— Emmanuel Macron (@EmmanuelMacron) May 30, 2022
“Quero aqui partilhar a dor da família, entes queridos e colegas de Frédéric Léclerc-Imhoff, a quem dirijo as minhas condolências. Àqueles que garantem a difícil missão de informar envio, mais uma vez, o apoio incondicional de França”, escreveu também.
Je partage la peine de la famille, des proches et des confrères de Frédéric Leclerc-Imhoff, à qui j’adresse mes condoléances. À celles et ceux qui assurent sur les théâtres d’opérations la difficile mission d’informer, je veux redire le soutien inconditionnel de la France.
— Emmanuel Macron (@EmmanuelMacron) May 30, 2022
Macron adiantou ainda que Léclerc-Imhoff foi atingido no pescoço por um estilhaço do exército russo.
Considerando a morte do jornalista “profundamente chocante”, a ministra dos Negócios Estrangeiros de França, Catherine Colonna, “exigiu” uma “investigação transparente” ao caso.
"É imprescindível que seja feita uma investigação transparente o mais rapidamente possível para esclarecer as circunstâncias desta tragédia”, que atingiu o jornalista da BFMTV enquanto cobria uma operação de retirada de ucranianos perto da cidade de Severodonetsk.
O chefe da administração militar da região de Lugansk, onde se registou o ataque, Serhiy Haidai, informou, entretanto, que o jornalista foi atacado quando estava num veículo blindado que tinha recolhido dez pessoas na área para as levar para um local seguro, mas que foi alvo de fogo inimigo.
Segundo a organização Repórteres Sem Fronteiras, este é o segundo jornalista francês morto neste conflito, depois do franco-irlandês da estação norte-americana Fox News, Pierre Zakrzewski, e o oitavo repórter morto na Ucrânia desde a invasão da Rússia.