Jornalista da AFP morre após ataque com míssil perto de Bakhmut

António Guimarães , com Lusa
9 mai 2023, 19:55
Arman Soldin (Aris Messinis/Getty Images)

Pelo menos 12 jornalistas já morreram a cobrir a guerra na Ucrânia

O coordenador da equipa de vídeo da agência France Presse (AFP) na Ucrânia, Arman Soldin, foi morto na tarde desta terça-feira num ataque com um míssil Grad no leste da Ucrânia, segundo os jornalistas da agência noticiosa que o acompanhavam e que confirmaram o óbito.

O ataque ocorreu cerca das 16:30, horário local (14:30 em Lisboa), nas proximidades de Chasiv Yar, uma cidade ucraniana perto de Bakhmut, principal palco de batalha entre as forças russas e ucranianas desde o ano passado.

"Estamos devastados por saber da morte do jornalista Arman Soldin", pode ler-se na conta de Twitter da AFP, que também deixou uma mensagem de condolências à família.

Arman Soldin, 32 anos, estava acompanhado por quatro colegas, que ficaram ilesos, e por soldados ucranianos quando foram atingidos por uma salva de mísseis.

Os jornalistas viajam regularmente para esta área para relatar os confrontos na região, centro dos combates na Ucrânia há vários meses.

"A agência como um todo está desfeita", reagiu Fabrice Fries, diretor-executivo da AFP.

"A sua morte é um lembrete terrível dos riscos e perigos enfrentados pelos jornalistas diariamente a cobrir o conflito na Ucrânia", acrescentou.

Phil Chetwynd, diretor de notícias da AFP, elogiou a memória de um jornalista "corajoso, criativo e tenaz".

"O trabalho brilhante de Arman resumiu tudo o que nos deixa orgulhosos do jornalismo da AFP na Ucrânia", afirmou.

Experiente repórter de imagem anteriormente colocado em Londres, Arman Soldin era o coordenador de vídeo na Ucrânia desde setembro de 2022 e viajava com muita regularidade para as linhas da frente.

Fez também parte da equipe da AFP que cobriu os primeiros dias da invasão russa, iniciada em 24 de fevereiro de 2022.

"Arman era entusiasmado, enérgico, corajoso. Ele era um verdadeiro repórter de campo, sempre pronto para ir, mesmo para as áreas mais difíceis", disse a diretora da AFP Europa, Christine Buhagiar.

"Ele transbordava energia, até assim se definia nas redes. Totalmente dedicado ao seu trabalho de jornalista", descreveu ainda.

Recrutado em Roma em 2015 como estagiário antes de ingressar na delegação de Londres no mesmo ano, Arman, de nacionalidade francesa e origem bósnia, nasceu em Sarajevo.

A Federação de Jornalistas avançou, em abril, que pelo menos 12 jornalistas já tinham morrido a cobrir a guerra da Ucrânia, havendo ainda 18 feridos a contabilizar.

Entre as vítimas mortais estão nomes como o fotojornalista Pierre Zakrzewski ou o jornalista Brent Renaud

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