IRA rumo à Polónia. Objetivo: doar bens. No regresso, traz 45 pessoas e os seus animais

2 mar 2022, 14:53
Duas mulheres que fugiram do conflito na Ucrânia chegam à fronteira de Medyka na Polónia, acompanhadas do animal de companhia. (AP Photo/Visar Kryeziu)

O Núcleo de Intervenção e Resgate Animal - IRA vai seguir esta quarta-feira viagem rumo à fronteira da Polónia com a Ucrânia, naquela que é a primeira missão internacional do grupo. O objetivo é doar bens de primeira necessidade a refugiados e animais e, no regresso, dar boleia a quem está a fugir da guerra. Incluindo cães e gatos.

O Núcleo de Intervenção e Resgate Animal - IRA vai viajar esta noite de Lisboa até à fronteira entre a Polónia e a Ucrânia, onde estão atualmente milhares de pessoas que fogem à invasão da Rússia em território ucraniano e para onde já partiram outros grupos de apoio portugueses.

O autocarro, já equipado para transportar animais e pessoas, incluindo crianças - aqui, beneficiando do apoio de uma empresa que emprestou cadeiras de segurança para a viagem - parte às 22 horas e vai carregado com bens de primeira necessidade para quem fica na fronteira ou para quem os quer fazer chegar a quem mais necessita na Ucrânia.

Vamos levar medicamentos para humanos e animais, alimentos também para pessoas e animais, produtos para bebé - como fraldas e toalhitas -, sacos-cama e cobertores”, conta por telefone à CNN Portugal um dos membros da direção do Núcleo de Intervenção e Resgate Animal - IRA, organização não governamental portuguesa criada em 2016, que atua sob anonimato no resgate e cuidados de animais.

Mas o IRA quer levar o máximo de produtos disponíveis, não esquecendo os animais de companhia. “Vamos pedir durante o dia de hoje três toneladas de ração”, continua aquele responsável. Todos os bens que serão levados à Polónia foram doados pelos ‘irados’, membros e simpatizantes IRA, que também fizeram transferências bancárias, mas cujo valor o membro da direção do IRA não consegue, para já, adiantar à CNN Portugal. 

O grupo irá fazer aquela que é a sua primeira missão internacional, mas possivelmente não será a última. “Mediante a escalada ou diminuição da gravidade do conflito, vamo-nos ajustando para dar continuidade a este apoio e até para fazer novas deslocações”, afirma o membro do IRA, adiantando: “temos recebido dezenas de pedidos de ajuda para trazer familiares [da Ucrânia para Portugal], até pessoas de lá contactam-nos em ucraniano”. Agora, vão para Lublin como ponto de embarque de refugiados. “Mas iremos até Hrebenne ou Dolhobyczow para entregar a ajuda humanitária”, continua.

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Na viagem desta noite, que esperam completar em “36h a 38h”, estarão presentes dez membros do grupo e ainda “uma equipa de veterinários”. Mas, à partida, terão ainda mais companhia: “aguardamos resposta para saber se podemos levar dois médicos pediatras” que querem acompanhar o grupo, conta o representante do IRA.

Nesta missão humanitária no estrangeiro, o foco não está apenas no resgate dos animais. Na viagem de regresso, pretendem trazer para Portugal quem está a fugir da guerra, mas, claro, não deixando os animais de companhia para trás.

“Para cá, vamos trazer pessoas com autorização para se deslocar e ficar na União Europeia”, explica o membro do IRA, acrescentando que trarão para Portugal “45 pessoas”. Quanto aos animais de companhia, não consegue adiantar quantos serão trazidos, seja com os respetivos donos ou com donos já em Portugal, que estão “à espera” dos seus animais.

A 28 de fevereiro, o grupo IRA já tinha contribuído com duas toneladas de ração para cães, uma tonelada de ração para gatos e centenas de comedouros e bebedouros, bens que foram enviados para a fronteira da Polónia com a Ucrânia através de um camião.

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