Imagens de satélite mostram o antes e o depois de Mariupol. "A história julgará com horror o que está a acontecer", alerta a Cruz Vermelha

CNN Portugal , BCE
15 mar 2022, 09:00
Zona do hospital de Mariupol depois do ataque. Foto: Imagem de satélite/Maxar Technologies

O Comité Internacional da Cruz Vermelha alertou para “um cenário ainda pior” em Mariupol caso a Ucrânia e a Rússia “não cheguem, com urgência, a um acordo humanitário”

A cidade portuária de Mariupol tem sido das mais afetadas pela guerra na Ucrânia. Entre violações da Rússia ao cessar-fogo acordado com a Ucrânia para permitir a criação de corredores humanitários, bombardeamentos que atingiram maternidades, um hospital pediátrico e uma mesquita que abrigava dezenas de civis, Mariupol ficou praticamente irreconhecível desde que as tropas russas a cercaram - e há imagens que mostram isso mesmo. 

A cidade é um ponto estratégico para os russos, que pretendem ligar as regiões separatistas de Donetsk e Lugansk à Crimeia. Por essa razão, não tem sido poupada aos ataques, tal como os seus residentes. Citado pela agência Reuters, o conselheiro presidencial da Ucrânia, Oleksiy Arestovych, revelou, esta segunda-feira, que já morreram 2.500 residentes de Mariupol desde o início da invasão russa.

Esta segunda-feira, a Rússia a permitiu a saída de 160 carros por um corredor humanitário cercados por forças russas e separatistas pró-russas.

Numa mensagem divulgada na aplicação de mensagens Telegram, a câmara municipal de Mariupol indicou que a coluna de veículos conseguiu cruzar a estrada que liga Mariupol à cidade ucraniana de Zaporozhe por volta das 13:00 locais (11:00 em Lisboa). A autarquia não especificou quantas pessoas conseguiram fugir da cidade.

Mas esta foi uma exceção à regra que se vive naquele porto estratégico do Mar de Azov desde que as tropas russas pisaram o território ucraniano há mais de duas semanas, com várias tentativas de entrega de ajuda humanitária à cidade a ficaram pelo caminho. No domingo passado, uma coluna humanitária que se dirigia para a cidade com 100 toneladas de água, alimentos e medicamentos teve, no domingo, de voltar para trás devido aos disparos incessantes dos russos.

Além das violações de cessar-fogo, Mariupol foi também palco de uma das maiores atrocidades desta guerra, com bombardeamentos russos a atingirem maternidades e um hospital pediátrico, que fizeram dezenas de vítimas, entre as quais uma das grávidas que foi filmada a ser retirada numa maca pelas autoridades locais. A mulher não terá resistido aos ferimentos, nem o seu bebé.

No domingo, o Comité Internacional da Cruz Vermelha alertou para “um cenário ainda pior” em Mariupol caso a Ucrânia e a Rússia “não cheguem, com urgência, a um acordo humanitário”.

“O tempo está a esgotar-se para as centenas de milhares de pessoas presas no meio dos combates. A história julgará com horror o que está a acontecer em Mariupol se não for alcançado, o mais depressa possível, um acordo entre as partes”, afirmou a Cruz Vermelha, em comunicado.


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