Guterres "chocado" com imagens de Bucha: "É essencial uma investigação independente"

Agência Lusa , PP
3 abr 2022, 19:27

Secretário-geral da ONU manifestou-se "profundamente chocado com as imagens de civis mortos em Busha" onde muitos corpos foram descobertos após a partida das forças russas. Vários líderes mundiais apontam o dedo a Putin e falam "em crimes de guerra" e "centenas de civis assassinadoas"

O secretário-geral da ONU, António Guterres, manifestou-se hoje "profundamente chocado com as imagens de civis mortos em Bucha", na região de Kiev, onde muitos corpos foram descobertos após a partida das forças russas.

“É essencial que uma investigação independente permita encontrar os responsáveis”, acrescentou num breve comunicado à imprensa.

A ONU considerou hoje que a descoberta de valas comuns em Bucha, na Ucrânia, após a retirada das forças russas, levantou sérias questões sobre "possíveis crimes de guerra", enfatizando a importância de preservar todas as evidências.

"O que se sabe até agora levanta claramente questões sérias e perturbadoras sobre possíveis crimes de guerra e graves violações do direito internacional humanitário", disse o escritório de direitos humanos da ONU.

A Ucrânia acusou este domingo a Rússia de "genocídio", alegando ter encontrado os corpos de 410 civis na região de Kiev recentemente recapturada das forças de Moscovo.

Na cidade de Bucha, a noroeste de Kiev, cerca de 300 pessoas foram enterradas em valas comuns, segundo autoridades ucranianas.

O escritório de direitos humanos da ONU afirmou que a sua equipa no local ainda não conseguiu verificar as alegações. “Estamos muito preocupados com as fotos e vídeos disponíveis, incluindo imagens de corpos com as mãos amarradas nas costas”, acrescentou, no entanto a ONU.

A mesma fonte não descartou que "os corpos de soldados ucranianos ou russos mortos durante as hostilidades" estejam entre os "cerca de 300 cadáveres que as autoridades da cidade dizem ter encontrado e enterrado".

“Civis que morreram de causas naturais, ataques cardíacos ou outros problemas de saúde desencadeados por stress e falta de acesso a medicamentos e assistência médica no último mês também podem estar entre os mortos encontrados nas ruas da cidade”, acrescentou.

Mas, dada a possibilidade de terem sido cometidos crimes de guerra, a ONU considerou importante "exumar e identificar todos os corpos" para estabelecer as causas exatas da morte.

Em Bucha, cidade localizada a cerca de 30 quilómetros de Kiev, recentemente recuperada pelas forças ucranianas, dezenas de cadáveres foram encontrados nas ruas e enterrados em valas comuns, mas a Rússia negou hoje que as suas tropas tenham matado civis nesta cidade e assegurou que todas as fotografias e vídeos publicados pelo governo ucraniano são "uma provocação".

Johnson indignado com "ataques desprezíveis" da Rússia contra civis e '"crimes de guerra"

O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson classificou, entretanto, como “crimes de guerra” e “ataques desprezíveis” da Rússia contra civis na cidade ucraniana de Bucha e prometeu aumentar as sanções contra Moscovo.

"Os ataques desprezíveis da Rússia a civis inocentes em Irpin e Bucha são mais uma evidência de que Putin e o seu exército estão a cometer crimes de guerra na Ucrânia", disse o chefe do executivo britânico em comunicado.

Governo espanhol pede investigação sobre "crimes de guerra"

Também o governo espanhol se manifestou indignado com as "imagens insustentáveis" da cidade ucraniana e pediu uma investigação por "crimes de guerra".

"As imagens insustentáveis de Bucha após a retirada das tropas russas indignam-nos profundamente. Toda a minha solidariedade com as vítimas desta barbárie", escreveu o ministro dos Negócios Estrangeiros, José Manuel Albares, numa publicação no Twitter.

 

O governante espanhol defendeu ainda que "os crimes de guerra devem ser investigados prontamente e os responsáveis devem ser punidos".

Macron quer que autoridades russas respondam por crimes em Bucha

Mas o primeiro líder internacional a reagir às imagens chocantes, foi o Presidente francês, Emmanuel Macron que defendeu que as autoridades russas "devem responder por estes crimes".

"As imagens que nos chegam de Bucha, cidade nos arredores de Kiev que foi libertada, são insustentáveis", escreveu o Presidente francês no twitter.

 

Macron referiu, concretamente, as "centenas de civis encontrados nas ruas, assassinados".

Ursula von der Leyen "chocada com relatos de horrores indescritíveis"

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, também se manifestou-se "chocada com relatos de horrores indescritíveis" em zonas na Ucrânia de onde a Rússia se está a retirar, defendendo uma investigação independente.

"Uma investigação independente é urgentemente necessária. Os autores de crimes de guerra serão responsabilizados", afirmou Ursula von der Leyen numa publicação na rede social Twitter.

 

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