Europa junta-se para enviar dois milhões de munições para a Ucrânia

27 mar, 16:18
Tropas francesas em exercícios da NATO na Estónia (AP)

Pacote, avaliado em cinco mil milhões de euros, fica muito aquém da proposta original de Kaja Kallas, que valia 40 mil milhões

O grupo de 29 países apelidado de "coligação dos países dispostos" chegou esta quinta-feira a acordo para enviar dois milhões de munições para a Ucrânia, após uma reunião de líderes, em Paris, convocada pelo presidente francês, Emmanuel Macron, para discutir a paz e a segurança na Ucrânia. 

De acordo com fonte da União Europeia, este valor foi determinado em função daquilo que foram as necessidades expressas pelos ucranianos. Recorde-se que, na última reunião do Conselho Europeu, o presidente ucranaino, Volodymyr Zelensky pediu ajuda a Bruxelas para a aquisição de munições de artilharia, no valor de cinco mil milhões de euros.

Entre os participantes do encontro estavam também os primeiros-ministros de Portugal, Reino Unido, da Itália e da Polónia, bem como o secretário-geral da NATO, o vice-presidente turco e Volodymyr Zelensky. Este foi o terceiro encontro deste grupo de países. 

O pacote, avaliado em cinco mil milhões de euros, fica muito aquém da proposta original de 40 mil milhões avançada pela Alta Representante da União Europeia para os Negócios Estrangeiros, Kaja Kallas. O "plano Kallas" sugeria o envio de 1,5 milhões de munições em 2025 a curto prazo e fundos para a compra de sistemas de defesa antiaérea, mísseis, drones e aeronaves. Mas a oposição de vários países fez com que o projeto caísse por terra. 

Fonte de Bruxelas sublinha também o compromisso feito pelos estados-membros em enviar 17 mil milhões de euros em ajuda militar, desde o início de 2025, bem como o empréstimo de 18 mil milhões apoiado pelos ativos russos congelados. Os estados-membros comprometem-se também a aumentar a coordenação para assegurar que a Ucrânia recebe apoio que vá ao encontro das suas necessidades.

O presidente do Conselho Europeu, António Costa, sublinhou que a melhor forma de apoiar a Ucrânia é "manter a consistente" no objetivo de atingir "um cessar-fogo compreensivo e uma paz justa e duradoura". O antigo primeiro-ministro português insiste que isso significa não abrandar a pressão contra a Rússia, particularmente no campo das sanções. 

"Seria um erro estratégico ceder à tentação de aliviar as sanções prematuramente", defendeu. 

O encontro, que acontece após as negociações de Jeddah, onde os Estados Unidos estão a tentar chegar a um acordo de cessar-fogo entre a Rússia e a Ucrânia, pressionando Kiev a fazer pesadas concessões para não perder o apoio norte-americano. Esta semana, os dois lados chegaram a um acordo de cessar-fogo no Mar Negro que abre as portas ao levantamento de sanções à Rússia.

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