Enquanto não ouve "nenhuma reação do Ocidente", Zelensky volta a atacar a Rússia: "Deus não vai perdoar"

6 mar 2022, 22:54
Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, numa declaração ao país (AP)

Bombardeamentos em zonas civis foi o motivo do discurso do presidente ucraniano, que falou numa "impunidade dos ocupantes"

O presidente da Ucrânia voltou a falar através do Facebook, num dia que apelidou de “Domingo do Perdão”. Para Volodymyr Zelensky, isso é o que não deve acontecer em relação às centenas de vítimas da guerra, numa altura em que, de acordo com os dados da Organização das Nações Unidas, já morreram mais de 360 civis, ainda que os peritos admitam que o número deve ser muito maior.

“E Deus não vai perdoar. Nem hoje, nem amanhã. Nunca. Em vez de perdão, vai haver um Julgamento”, afirmou.

O chefe de Estado ucraniano acusou a Rússia de Vladimir Putin de planear um “homicídio deliberado” em vários locais do território, sobretudo através dos bombardeamentos que têm surgido. Foi o que aconteceu, por exemplo, na cidade de Irpin, onde várias pessoas morreram durante uma semana em que tentaram, de forma constante, fugir aos bombardeamentos, que devem continuar em solo ucraniano.

“A Rússia anunciou bombardeamentos para amanhã”, nomeadamente em infraestruturas civis, que Zelensky lembra terem sido construídas no tempo da União Soviética, e que hoje ficam perto de várias casas.

“Isto é homicídio. Homicídio deliberado”, acrescentou.

Na mesma toada, e repetindo que vem feito há vários dias, Volodymyr Zelensky virou-se depois para o Ocidente, do qual diz não ter ouvido uma "reação".

"Não ouvi reação de nenhum líder mundial. De nenhum político ocidental", sublinha, referindo-se ao aproximar de tropas russas de uma fábrica de tanques em Zhytomyr, a 140 quilómetros de Kiev.

Sobre esta ocupação, o presidente ucraniano fala numa "impunidade dos ocupantes", que até "anunciam as atrocidades que planeiam".

Ao 11.º dia de invasão, a Rússia já toma conta de cidades importantes como Kherson, estando em curso várias ofensivas em localidades como Kiev e Kharkiv, as duas principais do país, mas também em Mariupol, no sul da Ucrânia.

Volodymyr Zelensky tem sido bastante duro com o Ocidente, jogando como pode para tentar obter o máximo de ajuda de Estados Unidos e União Europeia, que continuam a evitar um envolvimento militar, que faria escalar tudo a um outro nível.

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