Em Madrid, Lula volta a dizer que a Crimeia é “negociável”, mas ressalva: “É uma discussão entre Ucrânia e Rússia”

26 abr 2023, 13:04
Lula da Silva e Pedro Sánchez (AP)

Presidente brasileiro voltou a insistir na necessidade de discutir a paz. Por seu turno, Pedro Sánchez congratulou Lula pela sua intenção de mediar o conflito entre Ucrânia e Rússia

Nas negociações de paz tudo é discutível, até a Crimeia, diz Lula da Silva. As palavras do presidente brasileiro foram proferidas durante a visita oficial a Espanha, onde se reuniu com o primeiro-ministro Pedro Sánchez. Questionado sobre se a Crimeia pertencia à Ucrânia ou à Rússia, Lula não respondeu assertivamente.

"Não me cabe a mim decidir a que país pertence a Crimeia. Quando nos sentamos à mesa das negociações, temos de ser capazes de negociar tudo, até a Crimeia. Mas não vou ser eu a negociar. Quem tem de o fazer são russos e ucranianos”, disse o presidente brasileiro, que vincou, mais uma vez, que o interesse de Brasília é a paz.

“O Brasil condenou a ocupação territorial da Ucrânia desde o início. Foi taxativo a condenar”, afirmou. “Não há ninguém no mundo a falar de paz a não ser, que estou a gritar ‘paz!’ como se estivesse isolado num deserto. É preciso encontrar um grupo de pessoas que queiram discutir a paz”, disse.

Por seu turno, Pedro Sánchez congratulou Lula pela sua intenção de mediar o conflito entre Ucrânia e Rússia.

"O envolvimento e o compromisso do Brasil com os assuntos globais fizeram muita falta", disse Sánchez, citado pela RTVE. "Agradeço o seu interesse em juntar um grupo de países mediadores para promover a paz nesta parte do mundo".

O primeiro-ministro espanhol frisou, no entanto, que “há um agressor, que é Putin, e um povo que luta pela sua integridade e liberdade".

"Ambos queremos uma paz justa e duradoura e é importante que todos estejamos empenhados em respeitar os princípios da Carta das Nações Unidas, a integridade territorial e uma ordem internacional baseada em regras. É essencial que a voz do país lesado, a Ucrânia, do seu presidente e a sua fórmula de paz sejam tidas em conta", referiu.

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