Zelensky faz dois pedidos a Putin. Primeiro: "pare com os ultimatos"; segundo: "saia da bolha"

7 mar 2022, 20:37
Volodymyr Zelensky (Getty Images)

Presidente ucraniano concedeu uma entrevista num dia marcado para mais um encontro de cessar-fogo

No dia em que mais uma ronda de negociações entre a Rússia e a Ucrânia não resultou em medidas concretas para o fim do conflito, que dura há 12 dias, o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky deu uma entrevista ao canal ABC News na qual insta o presidente russo, Vladimir Putin, a dialogar ao invés de fazer ultimatos atrás de ultimatos. "Não estamos preparados para ultimatos", afirmou Zelensky, numa entrevista realizada por videochamada a partir do gabinete presidencial em Kiev.

Zelensky considerou que parte das dificuldades em chegar a um acordo deve-se às exigências feitas pela Rússia, que pede à Ucrânia que desista de entrar na NATO, que reconheça a Crimeia como parte da Rússia e que reconheça também a independência de Donetsk e Lugansk.

E como se reage a tais imposições? "É mais difícil do que simplesmente reconhecê-las... este é outro ultimato e não estamos preparados para ultimatos", afirma o presidente ucraniano.

Zelensky afirma que a Ucrânia tem "a solução possível para esses três pontos" exigidos por Putin. E tudo passa pelo diálogo. "O que precisa de ser feito é o presidente Putin começar a falar. Iniciar o diálogo em vez de viver na bolha de informação sem oxigénio. Acho que é aí que ele está. Ele está nesta bolha. Ele está a receber informação e não sabe o quão real é", frisa Zelensky.

Durante a entrevista, o presidente da Ucrânia reforçou ainda que os Estados Unidos e a NATO devem estabelecer uma zona de exclusão aérea sobre seu país, de modo a impedir que mísseis russos atinjam alvos civis.

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