Drones ucranianos deixam Rússia em sobressalto: "Em breve Putin poderá ficar com medo de aparecer em público"

1 mar 2023, 09:22
Drone ucraniano abatido em Moscovo (Twitter)

Uma série de ataques conduzidos contra cidades russas, coordenados com uma mensagem de piratas informáticos, fez temer ataques em larga escala na própria Rússia

A guerra decorre na Ucrânia, mas no início desta semana foram as principais cidades russas a ficar em sobressalto. Tudo por causa de uma operação pouco comum que terá sido realizada pelas forças ucranianas, que decidiram lançar drones contra vários alvos em solo russo, entre os quais estaria uma infraestrutura de gás natural da empresa estatal Gazprom, em Moscovo.

A confirmar-se, seria um ataque a centenas de quilómetros da fronteira ucraniana, e que terá feito parte de uma série de lançamentos de drones por parte de Kiev, que acabaram por atingir quatro regiões da Rússia.

Foi o governador da região de Moscovo que denunciou a existência de um ataque com drone na vila de Gubastovo. Andrei Vorobyov acrescentou que o alvo era, aparentemente, um “local de infraestrutura civil”.

Esse alvo seria a estação de compressão de gás natural que fica nos subúrbios de Moscovo, a cerca de 50 quilómetros do Kremlin, mas o aparelho foi abatido.

Do local já surgiram as primeiras imagens, que indicam tratar-se de um drone UJ-22, de fabrico ucraniano, sendo uma aeronave que pode, segundo a empresa que a produz, viajar cerca de 800 quilómetros.

Até ao momento, Kiev não reconheceu qualquer responsabilidade na situação, ainda que o conselheiro do Ministério do Interior tenha deixado uma pista: "Em breve Putin poderá ficar com medo de aparecer em público, uma vez que os drones podem alcançar grandes distâncias", escreveu Anton Gerashchenko, que mais tarde também partilhou uma mensagem que dava conta de um "dia ativo na Rússia".

Por outro lado, o conselheiro do presidente da Ucrânia negou que o país tenha sido responsável pelos ataques de drones ocorridos nos últimos dias, um dos quais em Moscovo.

De acordo com uma mensagem publicada na rede social Twitter, Mykhailo Podolyak referiu que a Ucrânia “combate uma guerra defensiva para desocupar todos os territórios”.

Esta terça-feira foram reportadas outras situações de possíveis ataques ucranianos em solo russo, marcando uma diferença na abordagem ucraniana, que até agora só tinha alvejado as regiões vizinhas de Bryansk, Kursk ou Belgorod.

A incerteza perante a situação chegou mesmo à longínqua São Petersburgo, a segunda maior cidade da Rússia, que fica a cerca de mil quilómetros do ponto mais perto da fronteira ucraniana, e onde foi decretado o fecho temporário do espaço aéreo. Uma mensagem de piratas a referirem uma “ameaça de ataque com míssil” que foi transmitida em vários canais de televisão e em rádios das principais cidades russas terá ajudado a semear o caos.

“Atenção: um alerto aéreo está ativo. Dirijam-se aos abrigos imediatamente. Atenção, atenção, ameaça de ataque com míssil”, dizia a mensagem transmitida.

Outro ataque reportado foi na região de Krasnodar, onde um local de armazenamento de petróleo da empresa Rosneft foi atingido, provocando mesmo um fogo que motivou a intervenção dos bombeiros. Imagens publicadas no Twitter, e que foram geolocalizadas pela CNN, mostram o local a arder pouco depois do impacto.

Foi ainda abatido um drone na República da Adiguésia, que faz fronteira com Krasnodar, e que fica perto do Mar Negro.

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