MIDD alerta para pessoas com aparência desleixada, despenteadas ou com higiene questionável
Os serviços secretos da Letónia estão a alertar a população para a possibilidade de existirem sabotadores ou espiões russos no seu país e, nesse sentido, lançaram um guia prático sobre como identificar os intrusos moscovitas.
Segundo o MIDD - uma das três agências de serviços secretos da Letónia, pessoas com aparência desleixada, despenteadas ou com higiene questionável podem ser sinais de um espião às ordens do Kremlin.
As secretas da Letónia referem ainda pessoas que tenham conversas demasiado intrometidas com os habitantes locais, cortes de cabelo curtos, estilo militar ou turistas que não conhecem a região, mas têm uma quantidade invulgar de equipamento de sobrevivência ao ar livre, como kits médicos especializados, mapas ou rádios.
O MIDD, segundo o relatório anual citado pelo The Guardian, alerta igualmente que os operacionais russos melhoraram a sua capacidade de atuação nos últimos anos, com formação em disfarces camaleónicos que os tornam mais difíceis de identificar.
“A experiência ucraniana mostra que os serviços especiais russos são capazes de se adaptar ao ambiente e às circunstâncias em que os grupos de reconhecimento-espionagem-sabotagem são utilizados”, destaca o MIDD, lembrando que “os seus membros podem não corresponder visualmente ao perfil clássico do sabotador de reconhecimento”.
E se identificar um espião?
O MIDD alerta todos os cidadãos para que não tentem capturar ou neutralizar suspeitos, realçando que a polícia e as forças armadas estão mais bem equipadas para assumir o controlo da situação em caso de suspeita.
As secretas lembram que estes espiões podem fazer parte de grupos maiores que permanecem nas imediações de locais sensíveis, fazendo-se passar por trabalhadores humanitários. Outra opção suspeita a ter em conta é grupos que dormem em áreas remotas sem demonstrarem qualquer interesse pela natureza.
Também a emissora pública da Letónia informou os cidadãos que os serviços de segurança do Estado tinham emitido conselhos semelhantes, mas menos pormenorizados, para que o público comunicasse atividades suspeitas há dois anos, após a invasão total da Ucrânia pela Rússia.
Ao longo dos últimos meses, o mundo tem assistido ao aumento das tensões entre a Rússia e o Ocidente. Os países-membros da União Europeia e da NATO têm estado em alerta máximo para a sabotagem russa, no meio de uma onda de casos suspeitos de ciberataques, fogo posto e danos em cabos submarinos atribuídos a Moscovo. O Kremlin tem vindo a negar todas as acusações.