O Telegram tem sido fundamental para os ucranianos manterem uma linha de comunicação privada entre si desde que a invasão do território ucraniano começou no dia 24 de fevereiro
Pavel Durov, fundador e CEO da plataforma de mensagens instantâneas Telegram, recorreu à sua própria plataforma para explicar a sua posição e da sua empresa em relação à invasão russa da Ucrânia, sublinhando que vai defender a privacidade dos dados dos cidadãos ucranianos.
Numa publicação no seu canal de Telegram, Durov recordou que tem ligações familiares na Ucrânia do lado da mãe e que ainda tem “muitos familiares a viver na Ucrânia”. Recordou também como é que a sua carreira na Rússia acabou.
“Há nove anos, eu era CEO da VK, que era a maior rede social a operar na Rússia e a Ucrânia. Em 2013, a Agência de Segurança Russa, o FSB, exigiu que eu fornecesse os dados privados dos cidadãos ucranianos que utilizavam o VK e que estavam a protestar contra o presidente pró-russo”, pode ler-se.
This statement from Telegram CEO Pavel Durov does not mince words. Although it is not technically a policy announcement, it is much more provocative and personal than the tone set by Meta, Twitter, et al.
— Emerson T. Brooking (@etbrooking) March 7, 2022
Don't think Russia will take well. https://t.co/3G9ULHBsWH pic.twitter.com/74epMV5Law
Durov recusou cumprir as exigências das autoridades russas, mas o gesto saiu-lhe caro, diz. Perdeu o cargo de diretor-executivo da empresa tecnológica que tinha fundado e teve mesmo de abandonar o país. “Perdi a minha empresa e a minha casa, mas voltaria a fazê-lo – sem hesitar”, acrescentou.
“Muitos anos passaram desde então. Muitas coisas mudaram: eu já não vivo na Rússia e não tenho empresas ou empregados lá. Mas uma coisa mantém-se igual – eu defendo os nossos utilizadores à mesma. O direito à privacidade deles é sagrado. Agora mais do que nunca.”