Centro comercial atacado em Kremenchuk. Zelensky diz que estavam mil civis no local

Pedro Falardo , atualizada às 06:30 de 28/06
27 jun 2022, 16:19

Presidente ucraniano afirma ainda que o local "não tem valor estratégico" nem representa perigo para o exército russo

O presidente ucraniano denunciou esta segunda-feira um ataque russo a um centro comercial na cidade de Kremenchuk, na região de Poltava. Num balanço provisório, as autoridades ucranianas anunciaram, ao início da manhã desta terça-feira, que 18 pessoas morreram e 25 estão internadas em unidades de cuidados intensivos.

"Os ocupantes dispararam mísseis contra o centro comercial, onde estavam mais de mil civis. O local está em chamas, os bombeiros estão a combater o fogo, o número de vítimas é impossível de imaginar", escreveu Volodymyr Zelensky no Telegram.

Zelensky afirma ainda que este local "não tem valor estratégico" nem representa perigo para o exército russo. "Só o facto de as pessoas estarem a viver uma vida normal irrita os invasores", atirou.

Poucos minutos antes, o autarca da cidade, Vitalii Maletskyi, afirmava no Facebook que já havia "mortos e feridos" confirmados.

"O ataque com mísseis em Kremenchuk atingiu um lugar muito lotado que é 100% irrelevante para as hostilidades. Há mortos e feridos", escreveu Maletskyi.

O portal RBC Ucrânia, um dos maiores orgãos noticiosos do país, publicou nas redes sociais um vídeo que alegadamente mostra o interior do centro comercial após o ataque.

“Possivelmente é mais um crime de guerra”

No “Agora CNN”, o especialista em Direito Internacional Francisco Pereira Coutinho afirma que, caso se trate de um ataque russo, este evento pode ser considerado como crime de guerra.

“Sendo um centro comercial, não havendo nenhum alvo militar por perto, trata-se de um ataque indiscriminado a população civil”, explicou.

Pereira Coutinho lembrou um ataque prévio a um centro comercial de Kiev, afirmando que há a possibilidade de estes serem considerados também como crimes contra a humanidade, que acarreta uma pena superior.

O especialista salienta a dificuldade em “encontrar” os responsáveis que, segundo o próprio, “poderão ser militares russos que nem se encontram na Ucrânia” e que “dificilmente serão capturados”.

“Esta discussão [sobre as penas de prisão] é, neste momento, meramente hipotética”, diz Pereira Coutinho, que afirma também ser “estranho” como a Ucrânia já conseguiu julgar e condenar soldados russos pela prática de crimes de guerra.

“Num contexto de conflito armado, é sempre difícil recolher prova para depois dar início a processos judiciais, que têm de ter todas as garantias de independência e imparcialidade.

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