BCE aperta o cerco a clientes russos e bielorussos para evitar fuga às sanções

15 mar 2022, 18:45
Christine Lagarde - Banco Central Europeu

Supervisor bancário liderado por Christine Lagarde sugere que sejam feitas verificações adicionais em grandes pagamentos e depósitos, para garantir que indivíduos que foram alvo de sanções não recorram a terceiros. Em Espanha, por exemplo, um banco colocou oito mil clientes sob vigilância, diz a Reuters

O aviso veio do Banco Central Europeu (BCE), dirigido a vários bancos, para que escrutinem as transações de clientes russos e bielorrussos. Segundo a Reuters, a atenção deve ser reforçada também junto daqueles que tenham autorização de residência em território comunitário, para garantir que não são usados por outros para contornar as sanções ocidentais contra Moscovo.

Em causa estão verificações adicionais em grandes pagamentos e depósitos e um maior escrutínio a pedidos de crédito, com impacto em dezenas de milhares de russos e bielorrussos a viver na União Europeia.

Apesar das sanções comunitárias isentarem pessoas com autorizações de residência em território comunitário, explica a Reuters, limitam o acesso de cidadãos russos a serviços bancários. Por exemplo, os bancos ficam impedidos de aceitarem depósitos acima de 100 mil euros vindos de cidadãos ou entidades russos.

O BCE está a verificar se os bancos que supervisiona “estão a tomar as providências necessárias para cumprir as sanções”, embora não tenha emitido nenhuma orientação para além das regras da União Europeia.

A maioria dos cidadãos russos a viver na União Europeia está na Alemanha, onde residem mais de 230 mil russos, segundo o Eurostat. Segue-se Espanha, com 81 mil. Neste último país, escreve a Reuters, um banco colocou sob vigilância cerca de oito mil clientes que residem no país mas não estão na lista comunitária de sanções.

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