Autoridades de Lugansk anunciam início de ofensiva russa no leste. Saída de civis é "impossível"

Agência Lusa , BC
18 abr 2022, 09:52
Kramatorsk, na Ucrânia (AP Images/Andriy Andriyenko)

Administração militar de Lugansk diz que retirada de civis é impossível após início da grande ofensiva russa. Situação em Mariupol mantém-se, sem que resistentes ucranianos deponham as armas

As autoridades regionais de Lugansk anunciaram esta segunda-feira o início da grande ofensiva da Rússia no leste da Ucrânia, após vários dias de preparativos e concentração de tropas russas naquela zona do país.

"Podemos informar que a ofensiva já começou", disse a administração militar regional em comunicado, acrescentando que os combates ocorrem nas ruas de Kreminna.

Numa mensagem transmitida pela conta do Telegram, a administração militar regional acrescenta que a retirada de civis é "impossível".

"Planeámos a evacuação literalmente ao longo de caminhos de floresta, para que as pessoas não viessem sob fogo. Mas durante a noite a situaçao alterou-se. Com os combates a darem-se na cidade, não é realista contar os civis que ali continuam", revelou nas redes sociais Serhii Haidai, o líder da administração regional de Lugansk, citado pela CNN. 

Novos ataques com mísseis russos na cidade de Kramatorsk, bem como em outras cidades em Donetsk, como Vugledar, Marinka e Gradiv, foram relatados durante a noite no leste da Ucrânia.

Segundo Haidai, fora de Kreminna, duas pessoas morreram e quatro ficaram feridas em Zolote; sete pessoas foram ainda resgatadas com ferimentos dos escombros de um edifício destruído em Rubizhne e, na noite de domingo, seis agentes da polícia ficaram feridos depois de as forças russas terem disparado contra uma esquadra em Lysychansk.

Resistentes não depõem as armas em Mariupol

Por outro lado, a situação não mudou em Mariupol, a cidade portuária sitiada que o comando russo exortou à rendição no domingo.

Milhares de civis em Mariupol, na costa do Mar de Azov, estão a resistir ao bombardeamento contínuo das tropas russas abrigadas nas instalações da siderúrgica Azovstal, uma antiga fábrica metalúrgica da década de 1930, segundo a Ukrinform.

O ultimato imposto por Moscovo expirou ao meio-dia de domingo, sem que os resistentes ucranianos depusessem as armas.

Estima-se que cerca de 2.500 soldados também estejam entrincheirados naquela antiga siderurgia, que seria a última defesa do lado ucraniano da cidade.

Paralelamente a esta situação no leste, as autoridades de Lviv noticiaram esta segunda-feira novos ataques a esta cidade, perto da fronteira com a Polónia, que fizeram pelo menos seis mortes. Em Dnipro, dois mísseis deixaram duas pessoas feridas, anunciaram as autoridades.

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