Tropas de Moscovo atacaram também as cidades de Dnipro e Mykolaiv na manhã desta sexta-feira
Um ataque russo com mísseis a uma caravana de civis fez esta sexta-feira 25 vítimas mortais e cerca de 50 feridos na região de Zaporizhzhia. A informação foi avançada pelo governador da região, Oleksandr Starukh, no Telegram.
"Até agora, 23 mortos e 28 feridos são conhecidos. Todos civis, nossos compatriotas. Ardam no inferno, malditos patifes!", escreveu, num primeiro balanço de vítimas, posteriormente atualizado pelo Gabinete da Procuradoria-Geral da Ucrânia.
Starukh adiantou que estas pessoas integravam uma caravana de veículos que se dirigia para os territórios “temporariamente ocupados” para “levar ajuda e trazer familiares” para território controlado pelas forças de Kiev.
No Telegram, o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky reagiu ao ataque, apelidando a Rússia de "escumalha sanguinária".
"O estado terrorista dispara mísseis contra a população civil em Zaporizhzhia, Mykolaiv e Dnipropetrovsk. Somente autênticos terroristas fazem isto, não deveriam ter lugar num mundo civilizado", escreveu Zelensky.
A manhã desta sexta-feira ficou também marcada por ataques às cidades de Dnipro e Mykolaiv. O governador de Dnipropetrovsk, Valentyn Reznichenko, confirmou a existência de uma vítima mortal e dois feridos na sequência de um bombardeamento a uma zona residencial da capital da região.
Por seu turno, em Mykolaiv, foram ouvidas sete explosões durante esta madrugada. A informação foi confirmada pelo governador da região, Vitaliy Kim, e pelo autarca da cidade, Oleksandr Senkevych. De acordo com Kim, um míssil atingiu um arranha-céus e há pessoas presas nos escombros.
O ataque acontece no dia em que Moscovo se prepara para anexar Zaporizhzhia e outras três regiões ucranianas: Lugansk, Donetsk e Kherson.
Na quinta-feira, o Kremlin tinha anunciado que as quatro regiões da Ucrânia, que realizaram referendos entre 23 e 27 de setembro sobre a adesão à Rússia, serão hoje incorporadas no país.
A anexação oficial já era esperada depois da votação nas áreas sob ocupação russa na Ucrânia, cujos habitantes, alegou Moscovo, apoiavam esmagadoramente a anexação formal destes territórios pela Rússia.