Apple, Volkswagen ou Ikea. Russos têm saudades das marcas ocidentais e esperam que as negociações com os EUA acelerem o regresso

18 fev, 18:02
Apple, iPhone 15 Pro (fonte AP)

É um dos assuntos do momento nas principais cidades russas: vão as marcas ocidentais voltar? E vão voltar já?

Os russos estão a ser inundados com notícias de um “aquecimento de relações com os Estados Unidos”. A expressão é do jornal Komsomolskaya Pravda, uma das poucas publicações que resistiu à queda da União Soviética, e que continua a ser um dos meios de comunicação mais fiéis junto da população.

Embora ainda não haja paz, nem pouco mais ou menos, as negociações desta terça-feira na Arábia Saudita estão a ser vistas como uma aproximação clara aos Estados Unidos, o que os russos esperam que venha a ter impacto no mercado.

Embora nenhuma das empresas ocidentais que saíram em boicote contra a invasão da Ucrânia tenha anunciado um regresso, esse é um dos tópicos do dia em Moscovo e noutras cidades, refere a imprensa russa.

O assunto é de tal forma popular que o Komsomolskaya Pravda decidiu mesmo fazer uma sondagem nas redes sociais, onde mais de 12 mil pessoas decidiram responder, mostrando que há mesmo uma grande vontade de que algumas marcas ocidentais regressem.

De acordo com os resultados, é da tecnologia que os russos sentem mais falta. Esta opção, que contempla produtos como telefones da Apple ou da Samsung e eletrodomésticos da Bosch ou da Indesit, foi a mais escolhida.

Seguiu-se a indústria automóvel, com 20% das respostas, muitas delas referindo marcas como Volkswagen ou Renault.

Houve ainda lembranças a lojas como o Ikea ou a Decathlon e até, imagine-se, a sistemas de pagamento como o Visa e o Mastercard.

Menos populares, ainda que muita gente também queira ver estas marcas regressar, estão a Zara, a Adidas, a Disney ou a Lufthansa.

No fim das respostas, e depois de ter provocado um verdadeiro alvoroço quando abriu a primeira loja logo após o fim da União Soviética, estão cadeias como o McDonald’s, que só 2% dos inquiridos mostraram interesse em ter de volta.

Pese embora uma maior vontade popular de ver os produtos europeus de volta à Rússia, há ainda uma grande maioria que prefere ver as marcas ocidentais longe. Assim, 47% dos inquiridos responderam que não ficariam felizes com um regresso destas empresas.

De acordo com o Kokoc Group, um serviço russo de análise de mercado, a Rússia espera que cerca de 350 marcas ocidentais possam regressar à Rússia já este ano, muitas delas três anos ou mais depois de terem deixado o país.

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