Seis mapas que explicam o conflito entre a Ucrânia e a Rússia

26 fev 2022, 09:35
Mapa da Crimeia no aeroporto internacional de Simferopol. Foto: Sergei Malgavko/TASS via Getty Images

O Presidente russo Vladimir Putin iniciou na quinta-feira uma operação militar na Ucrânia depois de semanas a juntar tropas nas fronteiras do país. Mas a invasão russa é resultado de anos de tensão crescente. Apresentamos aqui seis mapas que ajudam a explicar os eventos que nos trouxeram a este momento.

A NATO depois da Guerra Fria

Desde o final da Guerra Fria que mais países se juntaram à Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO), estendendo a aliança para leste.

Em 2008, a NATO declarou a sua intenção de integrar a Ucrânia – um país basilar na antiga União Soviética – apesar de alguns especialistas considerarem que isso só aconteceria num futuro longínquo. Mas a Rússia argumentou que tinha sido passada uma linha vermelha.

Este mapa mostra a expansão da NATO para o leste da Europa – primeiro vemos a situação antes da queda da União Soviética e depois em 2020. Muitos países do oeste e centro europeus juntaram-se à NATO antes de 1991 e do fim da Guerra Fria, enquanto que os países no leste – incluindo as antigas repúblicas soviéticas da Estónia, da Letónia e da Lituânia – aderiram nos anos seguintes.

Legenda: a azul estão os países pertencentes à NATO em 1991, a vermelho os países que assinaram o Pacto de Varsóvia.

Legenda: assinalados a amarelo no mapa estão a Bósnia, a Geórgia e a Ucrânia, países que a aliança transatlântica reconheceu oficialmente como aspirantes a membros. A azul estão os países que pertencem à NATO e a vermelho está a Rússia.

Putin já disse que ele vê a expansão da NATO como uma ameaça existencial, e que considera a perspectiva de a Ucrânia se juntar à aliança militar um "ato hostil". Ele tem sublinhado que considera a Ucrânia uma parte da Rússia, culturalmente, linguisticamente e politicamente, e a Rússia acabou por exigir à aliança garantias de que não se iria expandir para leste.

A NATO tem resistido. A política de "porta aberta" da aliança institui que qualquer país europeu que esteja preparado e que mostre vontade de alinhar com os compromissos de obrigações dos membros pode candidatar-se. E, desde a Guerra Fria, uma dúzia de países do antigo bloco do leste aderiram.

Uma parte da Ucrânia anexada

No início de 2014, protestos em massa na capital ucraniana forçaram a saída de um presidente apoiado pela Rússia depois de ele se ter recusado a assinar um histórico acordo político e de comércio com a União Europeia.

A Rússia respondeu anexando a península ucraniana da Crimeia, e fomentando uma rebelião separatista que assumiu o controlo de parte das regiões de Donetsk e de Lugansk na fronteira leste da Ucrânia. Apesar de um acordo de cessar-fogo assinado em 2015, a região não vive em paz desde então. No mapa em baixo, a península da Crimeia está assinalada a cor-de-rosa, assim como as regiões de Donetsk e de Lugansk controladas pelos rebeldes. A castanho, estão as regiões alargadas que Putin entretanto reconheceu como fazendo parte das repúblicas de Donetsk e Lugansk.

Tensões inflamadas

Nos últimos oito anos, Moscovo tem sido acusado de levar a cabo uma guerra híbrida contra a Ucrânia, através de ciberataques, pressão económica e propaganda. Essas táticas escalaram nos últimos meses e no início de fevereiro, o Departamento de Estado norte-americano insinuou que Putin estaria a encenar um cenário para criar "um pretexto para uma invasão".

Essas intenções manifestaram-se também no terreno, como mostra o mapa em baixo, que ilustra o escalar da presença militar russa à volta da Ucrânia durante o último ano. A Rússia juntou mais de 150 mil soldados, bem como equipamento militar e artilharia à porta do país.

À medida que a temperatura ia subindo na fronteira ucraniana, a NATO foi aumentando a prontidão da sua brigada de resposta rápida, enquanto os seus membros iam preparando as suas tropas e enviando batalhões, aviões e barcos para defender os países que fazem parte da NATO na região. O mapa em baixo mostra essa preparação.

A invasão russa

No dia 21 de Fevereiro, Putin disse que reconhecia oficialmente as auto-proclamadas repúblicas de Donetsk e de Lugansk, em destaque no mapa em baixo, ordenando o envio de tropas russas para a região sob o pretexto de proteger a população local.

O território reconhecido pelo presidente russo vai para além das áreas controladas pelos rebeldes separatistas pró-Rússia, o que fez soar os alarmes quanto às verdadeiras intenções da Rússia em relação à Ucrânia.

Horas antes do amanhecer de quinta-feira, 24 de fevereiro, o ataque da Rússia à Ucrânia acabaria mesmo por começar com uma série de disparos de mísseis e o uso de artilharia de longo alcance. Este mapa mostra as localizações dos ataques e explosões, que atingira cidades e arredores de grandes centros urbanos como a capital Kiev, Carcóvia no leste e Odessa no sul, entre outras.

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