Talin considera que se trata de "um incidente muito grave e lamentável"
Depois de mais 189 navios da frota “fantasma” da Rússia terem sido inseridos na lista negra da União Europeia no 17.º pacote de sanções, a Estónia está a denunciar que a Rússia “violou o território da NATO”. Isto porque Moscovo enviou um caça para monitorizar a posição do "Jaguar", um dos navios da frota “fantasma” que tem vindo a ser utilizada pelo Kremlin como meio para contornar as sanções ao petróleo russo.
O ministro dos Negócios Estrangeiros da Estónia, Margus Tsahkna, diz que esta é uma situação “muito séria”, lembrando que a aeronave russa “violou o território da NATO durante quase um minuto”.
“A Rússia está pronta para proteger e defender a frota fantasma, a situação é realmente séria”, alerta Tsahkna.
On May 13, a Russian fighter jet violated @NATO airspace to protect a shadow fleet tanker.
— Margus Tsahkna (@Tsahkna) May 15, 2025
This incident is yet another example showing that Russia poses a serious threat not only through its war in Ukraine but also to the NATO Alliance as a whole.https://t.co/gECNFZKKx4
O relato estónio dá conta de que o "Jaguar" entrou em águas económicas da Estónia, perto do Golfo da Finlândia, na terça-feira, “sem seguro e sem bandeira”.
Perante o intruso não identificado, Talin respondeu “apropriadamente” e encaminhou o navio para fora da sua zona económica para “inspeção”. Todo o procedimento foi acompanhado por aeronaves militares da missão de vigilância da NATO no Mar Báltico.
Até aqui esta é uma situação algo normal, mas desta feita “o que foi diferente e importante”, descreve o ministro, foi que o navio resistiu às ordens da Marinha da Estónia e a reação russa foi enviar um caça que “violou o território da NATO por quase um minuto”.
O secretário-geral da NATO, Mark Rutte, já reagiu ao sucedido e garantiu que está a trabalhar para determinar o que “aconteceu exatamente”, embora resista em classificar o incidente como uma escalada.
O "Jaguar" estava perto da Ilha de Naissar, na Baía de Talin, quando foi intercetado pela Marinha da Estónia. Margus Tsahkna explica que “o navio recusou-se a cooperar e continuou a sua rota em direção à Rússia”.
No X, Tsahkna escreve que este incidente “mostra que precisamos de agir”. A Estónia já convocou o embaixador russo no país para “expressar um protesto e entregar uma nota sobre a violação do espaço aéreo estoniano (...)". "Este é um incidente muito grave e lamentável, totalmente inaceitável", acrescenta o ministro.