Os ataques atingiram Odessa, Zhaporizhia, Vinnytsia, Cherkassi e Kiev. Existem muitas zonas sem água e sem energia, numa altura em que o inverno aperta e já há registo de temperaturas negativas
A Rússia levou a cabo um ataque maciço contra várias regiões ucranianas nesta segunda-feira. Ainda não são conhecidos os números totais de vítimas, mas em Zhaporizhia registaram-se pelo menos dois mortos e dois feridos graves e em Odessa outros dois feridos.
Numa fase inicial, dizia-se que tinham sido disparados 100 mísseis por parte das forças russas, mas há instantes a Força Aérea da Ucrânia revelou que tinha destruído 60 dos mais de 70 mísseis lançados. Sabe-se também que estes ataques tinham como alvo infraestruturas de energia. O presidente Volodymyr Zelensky já veio dizer que os trabalhadores estavam a desenvolver esforços para repor o fornecimento de eletricidade e gás.
No meio destas dezenas de mísseis, houve um que caiu em Briceni, no norte da Moldova, perto da fronteira com a Ucrânia. A informação foi confirmada pelo Ministério da Defesa da Moldova, que divulgou imagens.
Entretanto, a empresa nacional de energia da Moldova, Moldelectrica, anunciou que o sistema elétrico do país estava a sofrer várias perturbações após estes ataques maciços às regiões ucranianas. "A Moldelectrica relata interrupções no sistema elétrico. Existe a possibilidade de desconexões", escreveram na página oficial no Facebook.
O país já havia registado perturbações no fornecimento elétrico a 15 de novembro, quando a Rússia levou a cabo o maior ataque à rede ucraniana desde o início da ofensiva, em fevereiro.
A 31 de outubro, os restos de um míssil, que tinha como alvo a barragem de Novodnestrovsk, na Ucrânia, e que foi abatido pelo sistema de defesa aérea do país vizinho, caiu perto da cidade fronteiriça de Naslavcea, na Moldova. Nenhuma vítima foi registada, mas as janelas e telhados de várias casas foram danificados.
No início de 10 de Outubro, três mísseis russos sobrevoaram o território moldavo durante um ataque à vizinha Ucrânia.
Moscovo "tentou mergulhar a Ucrânia na escuridão e no frio", mas "falhou"
Os ataques desta segunda-feira atingiram Odessa, Zhaporizhia, Vinnytsia, Cherkassi e Kiev. Existem muitas zonas sem água e sem energia, numa altura em que o inverno aperta e já há registo de temperaturas negativas. Por isso é que a Rússia tem sido acusada pelo Ocidente de usar o frio como arma de guerra.
No entanto, o primeiro-ministro da Ucrânia fez declarações um pouco contraditórias. Denys Shmyhal disse, esta segunda-feira, que Moscovo "tentou implementar seu plano criminoso - mergulhar a Ucrânia na escuridão e no frio", mas "mais uma vez falhou nesse plano".
"O sistema de energia do país está a funcionar e permanece intacto."
E, de facto, está a funcionar, mas não em plenitude e em todo o território ucraniano. Nessas mesmas declarações, Shmyhal explicou que foram reforçados os cortes de energia de emergência para "equilibrar o sistema e evitar acidentes".
O ministro dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia também reagiu no Twitter. Dmytro Kuleba disse que a Rússia voltou a disparar um "monte de mísseis contra estruturas civis críticas, para tentar privar a população de energia, água, aquecimento perante temperaturas extremamente baixas". E deixou um apelo:
"Quanto mais crimes de guerra a Rússia cometer, mais armas devem ser fornecidas à Ucrânia para acabar o quanto antes com o terror russo."
Russia has fired another barrage of missiles at our critical civilian infrastructure trying to deprive people of power, water, and heating amid freezing temperatures. The more war crimes Russia commits, the more weapons should be provided to Ukraine to end Russian terror sooner.
— Dmytro Kuleba (@DmytroKuleba) December 5, 2022