Rússia disparou mais de 70 mísseis contra várias regiões ucranianas e nem a Moldova escapou

5 dez 2022, 19:34

Os ataques atingiram Odessa, Zhaporizhia, Vinnytsia, Cherkassi e Kiev. Existem muitas zonas sem água e sem energia, numa altura em que o inverno aperta e já há registo de temperaturas negativas

A Rússia levou a cabo um ataque maciço contra várias regiões ucranianas nesta segunda-feira. Ainda não são conhecidos os números totais de vítimas, mas em Zhaporizhia registaram-se pelo menos dois mortos e dois feridos graves e em Odessa outros dois feridos.

Numa fase inicial, dizia-se que tinham sido disparados 100 mísseis por parte das forças russas, mas há instantes a Força Aérea da Ucrânia revelou que tinha destruído 60 dos mais de 70 mísseis lançados. Sabe-se também que estes ataques tinham como alvo infraestruturas de energia. O presidente Volodymyr Zelensky já veio dizer que os trabalhadores estavam a desenvolver esforços para repor o fornecimento de eletricidade e gás. 

No meio destas dezenas de mísseis, houve um que caiu em Briceni, no norte da Moldova, perto da fronteira com a Ucrânia. A informação foi confirmada pelo Ministério da Defesa da Moldova, que divulgou imagens.

Entretanto, a empresa nacional de energia da Moldova, Moldelectrica, anunciou que o sistema elétrico do país estava a sofrer várias perturbações após estes ataques maciços às regiões ucranianas. "A Moldelectrica relata interrupções no sistema elétrico. Existe a possibilidade de desconexões", escreveram na página oficial no Facebook.

O país já havia registado perturbações no fornecimento elétrico a 15 de novembro, quando a Rússia levou a cabo o maior ataque à rede ucraniana desde o início da ofensiva, em fevereiro.

A 31 de outubro, os restos de um míssil, que tinha como alvo a barragem de Novodnestrovsk, na Ucrânia, e que foi abatido pelo sistema de defesa aérea do país vizinho, caiu perto da cidade fronteiriça de Naslavcea, na Moldova. Nenhuma vítima foi registada, mas as janelas e telhados de várias casas foram danificados. 

No início de 10 de Outubro, três mísseis russos sobrevoaram o território moldavo durante um ataque à vizinha Ucrânia.

Moscovo "tentou mergulhar a Ucrânia na escuridão e no frio", mas "falhou"

Os ataques desta segunda-feira atingiram Odessa, Zhaporizhia, Vinnytsia, Cherkassi e Kiev. Existem muitas zonas sem água e sem energia, numa altura em que o inverno aperta e já há registo de temperaturas negativas. Por isso é que a Rússia tem sido acusada pelo Ocidente de usar o frio como arma de guerra.

No entanto, o primeiro-ministro da Ucrânia fez declarações um pouco contraditórias. Denys Shmyhal disse, esta segunda-feira, que Moscovo "tentou implementar seu plano criminoso - mergulhar a Ucrânia na escuridão e no frio", mas "mais uma vez falhou nesse plano".

"O sistema de energia do país está a funcionar e permanece intacto."

E, de facto, está a funcionar, mas não em plenitude e em todo o território ucraniano. Nessas mesmas declarações, Shmyhal explicou que foram reforçados os cortes de energia de emergência para "equilibrar o sistema e evitar acidentes".

O ministro dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia também reagiu no Twitter. Dmytro Kuleba disse que a Rússia voltou a disparar um "monte de mísseis contra estruturas civis críticas, para tentar privar a população de energia, água, aquecimento perante temperaturas extremamente baixas". E deixou um apelo:

"Quanto mais crimes de guerra a Rússia cometer, mais armas devem ser fornecidas à Ucrânia para acabar o quanto antes com o terror russo."

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