“É como andar na corda bamba, mas todos os ucranianos estão a aguentar”. Há mais de um mês sem ver Zelensky, Olena Zelenska tem falado com o marido pelo telefone

13 abr 2022, 08:10
Olena Zelenska, primeira-dama da Ucrânia. (Reprodução Instagram)

A primeira-dama ucraniana deu uma entrevista por e-mail à CNN Internacional.

“É como andar na corda-bamba: se começas a pensar como fazer isto, perdes tempo e equilíbrio”. É com estas palavras que a primeira-dama ucraniana Olena Zelenska começa a entrevista que deu por escrito à CNN Internacional, onde faz um balanço dos esforços feitos pelo povo e exército ucranianos contra a invasão da Rússia, que dura já desde 24 de fevereiro, e do seu papel até agora na luta pela igualdade e por melhores condições humanitárias na Ucrânia, ainda antes de a guerra começar.

Impedida de estar com o marido desde que o conflito começou - Volodymyr e a sua equipa estão no escritório da Presidência e, “devido ao perigo”, diz que tanto ela como os filhos do casal estão “proibidos de lá ficar” -, Olena tem falado apenas com Zelensky por telefone.

Quando questionada sobre como é que a família está a aguentar a guerra, Olena diz que o segredo é “seguir em frente”, embora sinta que vive na “corda bamba”. “Tanto quanto sei, todos os ucranianos aguentam”, disse.

Mantendo o foco na questão humanitária, sobre a qual tem falado e alertado, a esposa do presidente ucraiano Volodymyr Zelensky garante que os mais novos continuarão a ser o centro das atenções, assim como as suas famílias. Porém, lamenta que à boleia da guerra “recuaram anos e décadas” nos esforços até agora feitos, tanto a nível de educação, como de alimentação.

“Agora não estamos a falar de alimentação saudável, mas de alimentação em geral. É sobre a sobrevivência das nossas crianças! Não estamos mais a discutir qual é o melhor equipamento para as escolas – [em vez disso] é a educação para milhões de crianças que está em questão”, escreveu a primeira-dama.

Olena destaca que foram já resgatadas as crianças “mais vulneráveis”, como as que têm cancro, alguma deficiência ou necessitam de transplante de órgãos. Além disso, o país tem feito esforços para “importar incubadoras para apoiar os recém-nascidos em cidades que estão a ser bombardeadas pelos russos”.

Zelensky “não mudou”. Agora “mais pessoas” veem-no “através dos meus olhos”

“Eu sempre soube que ele era e seria um suporte confiável para mim. Ele tornou-se num pai maravilhoso e num apoio para nossa família. E agora [na guerra] ele mostrou as mesmas características. Ele não mudou. A questão é que mais pessoas o viram através dos meus olhos”, disse Olena sobre o marido, ator e comediante de profissão e que saltou para a Presidência da Ucrânia em 2019.

Consciente de que o marido é o alvo número um dos russos e que a própria acaba por estar na mira das tropas de Putin, Olena confessa que essa é uma questão que a inquieta, mas reconhece que, face aos acontecimentos, todos os ucranianos estão em risco. “Se vir de perto, fica claro que todo ucraniano é um alvo para os russos: toda mulher, toda criança”, frisa.

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