Até russos tentam combater pela Ucrânia: legião estrangeira já tem mais voluntários do que lugares

7 abr 2022, 18:00
Combatentes estrangeiros na Ucrânia. Foto: Getty Images

Porta-voz diz à CNN Portugal que muitos voluntários apenas querem uma "aventura" e acabam por ser recusados

Ao fim de mais de um mês de guerra, a Legião Internacional de Defesa da Ucrânia - criada para receber estrangeiros que querem combater a Rússia - já tem mais voluntários do que lugares disponíveis neste momento, mas o recrutamento mantém-se aberto.  

A explicação é avançada à CNN Portugal por um porta-voz do Ministério da Defesa, que adianta que até russos e bielorrussos se têm oferecido para combater pela Ucrânia.

"Parece algo talvez cómico, mas temos pedidos daqueles países que tratamos como inimigos, pois temos voluntários da Rússia e da Bielorrússia", admite o coronel Anton Myronovych.

Até agora, no entanto, por uma questão de cautela, nenhum russo ou bielorrusso foi aceite na Legião Estrangeira, ao contrário do que já aconteceu com alguns portugueses, que o porta-voz da Defesa ucraniana não consegue quantificar, apesar de admitir que vários portugueses também já foram recusados.

Aliás, para todos os voluntários é preciso fazer uma seleção rigorosa. Um requisito obrigatório é que tenham experiência real de combate e não basta saber mexer em armas, sendo necessário conhecer, igualmente, os reais motivos de quem procura combater numa guerra sangrenta.

"Têm de perceber que ao serem aceites têm de lutar lado a lado com militares ucranianos e fazer parte das Forças Armadas da Ucrânia, cumprindo todas as regras seguidas pelos ucranianos", sublinha. "Não é uma aventura nem um divertimento, mas sim uma guerra real em que estarão a lutar pela liberdade", refere o representante da Legião Internacional de Defesa da Ucrânia, explicando ainda que muitas recusas acontecem porque os voluntários "não percebem aquilo que procuramos".    

"Alguns dos voluntários veem esta oportunidade de se juntarem à Legião Internacional como uma aventura... e alguns até pensam que podem fazer algum dinheiro com isto, mas o nosso objetivo não é esse", reitera Anton Myronovych.

Mesmo com centenas de nomes recusados, o Ministério da Defesa da Ucrânia refere que, neste momento, "tem mais voluntários do que aqueles que precisa" para os lugares disponíveis.

Apesar desta afirmação, as Forças Armadas ucranianas descartam a ideia de que existam demasiados voluntários, mas apenas que há mais voluntários do que lugares para ocupar nesta altura. Razões que levam os responsáveis a manter aberto o processo de recrutamento de voluntários estrangeiros, agradecendo o surgimento de mais candidatos.

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