A guerra na Ucrânia já é dada nas escolas russas e aos alunos é dito que "não há medo de morrer pela pátria"

CNN Portugal , DCT
2 set 2022, 09:27
Começo do ano letivo em Moscovo (Foto AP/Alexander Zemlianichenko)

Pais e professores estão divididos sobre a nova disciplina obrigatória, que é destinada a crianças entre os 11 e os 15 anos

O novo ano letivo da Rússia começou esta quinta-feira, com as bandeiras a serem hasteadas nas escolas, uma rotina que se irá repetir todas as semanas até ao final das aulas. Mas o regresso das crianças e adolescentes à vida escolar ficou marcado pela entrada de mais uma disciplina, que, apesar de ser extracurricular é obrigatória. Às segundas-feiras, os alunos russos vão ter obrigatoriamente a disciplina "Falar sobre o que é importante", que, para o ministério da Educação russo, é o mesmo que falar sobre a pátria e o amor a esta.

A imprensa russa adianta que há pais e professores que não se sentem confortáveis com a propaganda que esta disciplina tem, mas o certo é que lá se vai ensinar que "não há medo de morrer pela pátria", uma mensagem que ganha força quando as tropas russas invadiram, há mais de seis meses, a Ucrânia. A disciplina é destinada a crianças entre os 11 e os 15 anos.

Conta o El País que o manual dado aos professores não deixa dúvidas quanto aos temas a abordar. “Que provérbios refletem que o amor ao país é também a vontade de o tornar mais rico e mais bonito?”, é uma das questões que o livro insta os professores a fazer. Mas lá vem também a resposta que os alunos podem dar: “Não poupe a sua força nem a sua vida pelo país”; “A felicidade do país vale mais do que a vida”; “Não há medo de morrer pela pátria” e “Amar a pátria é servir a pátria”.

O livro tem ainda um capítulo dedicado à guerra na Ucrânia, que faz parte da secção O nosso país é a Rússia, onde há a explicação do Kremlin: a invasão é descrita como um sinal de patriotismo e uma "operação militar especial", termo usado desde fevereiro pelos russos e apoiantes de Vladimir Putin. “Ainda hoje vemos manifestações de genuíno patriotismo, especialmente na operação militar especial [na Ucrânia]”, lê-se no livro, citado pelo jornal espanhol.

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