Rússia ameaça "eliminação" da resistência ucraniana após Mariupol rejeitar ultimato

17 abr 2022, 11:47
Alexander Fomin, ministro da Defesa da Rússia (Arquivo AP)

Domingo sangrento no Ucrânia, em batalha brutal em reduto de Mariupol. Ministério da Defesa russo confirma que as forças ucranianas na cidade sitiada ignoraram o ultimato para se renderem. E diz que "caso a resistência se mantenha, serão todos eliminados".

O Ministério da Defesa da Rússia ameaçou este domingo a "eliminação" de soldados da resistência, que continuam a lutar na cidade sitiada de Mariupol. A declaração confirma que o ultimato que exigia a rendição das forças ucranianas na cidade do sul do país foi rejeitado pelas forças ucranianas, noticia a CNN Internacional.

A Rússia argumenta que, segundo soldados ucranianos que já se renderam, "há cerca de 400 mercenários estrangeiros que se juntaram às forças ucranianas" e que estão encurralados numa fábrica siderúrgica, incluindo europeus e canadianos. "Caso a resistência se mantenha, serão todos eliminados", declarou o Ministério este domingo.   

Ultimato ignorado

A situação em Mariupol, cidade estratégica no sul da Ucrânia, junto ao mar Azov, já praticamente reduzida a pó e em grande parte dominada pela Rússia, agravou-se desde sábado, 16, com bombardeamentos que segundo o Ministério da Defesa russo levaram à saída da resistência da área urbana, tendo os combatentes ucranianos ficado bloqueados nesta fábrica, da siderúrgica Azovstal.

Depois, a Rússia lançou um ultimato, dizendo que as vidas dos combatentes sitiados seriam poupadas se baixassem às armas até às 6h00 deste domingo, na hora de Moscovo (4h00 de Lisboa). Citado pela agência de notícias Tass, o coronel-general Mikhail Mizintsev, da Defesa da Rússia, afirmou que a situação na fábrica é “catastrófica”: "os soldados ucranianos cercados numa gigantesca siderúrgica" na cidade foram instados a "baixar voluntariamente as armas e a renderem-se para salvar as suas vidas". "No entanto, o regime nacionalista de Kiev, de acordo com a interceptação de rádio, proibiu as negociações sobre a rendição", anunciou o Ministério.

Mas o ultimato foi ignorado. O próprio presidente da Câmara de Mariupol, Petro Andriushchenko, escreveu no Telegram que "os nossos combatentes continuam a manter as suas posições hoje”, domingo.

Foi aí que, em resposta, o Ministério da Defesa da Rússia ameaçou a “eliminação” dos soldados da resistência que ainda lutam nesta bolsa de resistência.

 De acordo com o Ministério da Defesa russo, dezenas de instalações militares no leste da Ucrânia foram destruídas nos últimos ataques. Estes incluíam depósitos de combustível e armamento em Severodonetsk, Kremmina e outras cidades nas regiões de Luhansk e Donetsk.

"Os nossos defensores continuam a lutar": Mariupol recusa render-se

As forças ucranianas vão continuar a defender a cidade de Mariupol, apesar do ultimato da Rússia, afirmaram as autoridades da cidade sitiada, ao início da manhã deste domingo.

Segundo noticia a CNN Internacional, o assessor do autarca de Mariupol respondeu à exigência do Ministério da Defesa russo de que os soldados ucranianos que ainda resistem em parte da cidade deveriam render-se, reiterando que as forças ucranianas vão continuar a lutar.

"Na noite (de sábado), os ocupantes anunciaram que forneceriam 'um corredor de rendição' para as tropas restantes", disse Petro Andriushchenko no Telegram, acrescentando: "Neste momento os nossos defensores continuam a lutar".

Andriushchenko também disse que a resistência aos russos continua além da siderúrgica Azovstal, uma infraestrutura gigantesca que tem sido um bastião para as forças ucranianas que lutam em Mariupol.

"Apesar do desejo dos ocupantes de mostrar que o local das hostilidades está limitado à siderúrgica Azovstal, isso não corresponde à realidade", referiu. "Ontem à noite houve confrontos na rua Taganrog, localizada a cinco quilómetros de Azovstal."

O porta-voz referiu que "durante os combates, os ocupantes bombardearam casas de civis com artilharia pesada novamente. O bombardeamento da área portuária também continuou".

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