Uma granada, um míssil, um assassínio: Israel prende israelitas. Acusação: espiões do Irão

1 jul, 10:55
Confrontos entre palestinianos e polícia israelita em Jerusalém (Mahmoud Illean/AP)

Um casal de Ra’anana foi detido esta semana suspeito de espiar para o Irão, numa operação que levou à apreensão de equipamentos tecnológicos e correspondência confidencial. O caso insere-se num contexto mais amplo, que inclui várias detenções de alegados espiões israelitas ao serviço de Teerão

Um casal residente em Ra’anana, a norte de Telavive, foi detido sob suspeita de espionagem a favor do Irão, anunciaram a Polícia de Israel e o Shin Bet, os serviços de informação interna.

Em comunicado, as autoridades informam que agentes de segurança realizaram esta segunda-feira uma busca ao apartamento do casal naquela cidade do centro do país, onde apreenderam vários telemóveis, computadores e outros dispositivos tecnológicos, além de correspondência que se acredita ser troca de mensagens entre o casal e o seu handler (termo que classifica um responsável direto por um espião ou informador) iraniano.

O casal, cuja identidade não foi revelada, deve ser presente esta terça-feira a tribunal para uma audiência sobre a manutenção da sua detenção.

Este é o segundo anúncio em menos de 24 horas relativo à detenção de suspeitos de espionagem para o Irão. Na segunda-feira, a polícia e o Shin Bet informaram terem detido três cidadãos israelitas em dois casos distintos, sob suspeita de execução de tarefas para agentes iranianos.

Num dos inquéritos, Mark Morgein, de 33 anos, residente no Vale do Jordão, na Cisjordânia, foi detido por alegadamente ter transportado uma granada de um local oculto para outro, a pedido do seu handler, com quem manteve contacto durante o mês de junho. Além disso, terá sido recrutado para filmar um vídeo da interceção de um míssil durante o conflito entre Israel e Irão e enviá-lo ao seu contacto iraniano.

As forças de segurança detiveram ainda dois jovens da cidade de Tiberíades, Yoni Segal, de 18 anos, e Nehorai Omri Mizrahi, de 20, que, segundo a investigação, terão sido alvo de uma tentativa de recrutamento por parte de um agente iraniano para assassinar um cidadão israelita não identificado, em troca de centenas de milhares de shekels.

O agente iraniano terá oferecido transportar os jovens para outro país, providenciar formação e fornecer-lhes a identidade da vítima. O plano nunca chegou a concretizar-se.

Os dois são ainda suspeitos de terem filmado centros comerciais e hospitais por todo o país, enviando informações ao seu contacto sobre o layout de cada centro, número de seguranças e quantidade de lojas. São ainda suspeitos de terem recolhido dados sobre estabelecimentos em Haifa, Tiberíades e Telavive - incluindo o hospital Ichilov, em Telavive.

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