Situação no Irão era a "mais complexa". Ainda permanecem no país três portugueses, mas têm meios próprios para regressar
Portugal já retirou portugueses do Irão e está em curso uma operação de repatriamento em Israel, para responder aos 130 pedidos de repatriamento registados até ao momento, disse esta segunda-feira o ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros.
A situação “mais complexa” era a do Irão, sublinhou Paulo Rangel. “Já saíram ontem [domingo], por nossa mão, por terra, quatro portugueses para o Azerbaijão. Entretanto já tinha saído um pela Turquia, ainda três expatriados que estão, mas que têm meios próprios para regressar”, detalhou.
“Depois, a segunda mais complexa é obviamente a dos cidadãos que estão em Israel. Tivermos 130 pedidos de repatriamento, uma parte muito importante de cidadãos que estavam em trânsito ou que estão a fazer turismo, ou que estavam em trabalho e que obviamente ficaram sem aviões”, adiantou o ministro.
Em conferência de imprensa, Rangel afirmou que “já começou uma operação para os trazer para Portugal”, admitindo “riscos maiores” porque “implica deslocações rodoviárias grandes”.
Em conferência de imprensa, Rangel afirmou que “já começou uma operação para os trazer para Portugal”, admitindo “riscos maiores” porque “implica deslocações rodoviárias grandes”.
O ministro dos Negócios Estrangeiros indicou que no Irão “há muito pouca gente”, não mais do que uma dezena e que, tal como “alguns milhares” que residem em Israel, “para já não querem sair”.
“Todos os que pediram ajuda à embaixada portuguesa pelos meios consulares normais foram considerados nesta lista. (…) A nossa diplomacia esteve muito ativa neste fim de semana. (…) São operações que estão a correr melhor do que o previsto”, garantiu o governante.
Paulo Rangel aproveitou para lembrar que “o Ministério dos Negócios Estrangeiros está a recomendar desde 07 de outubro de 2023 (…) para que as pessoas não viajem para estas zonas”.
“E isto é repetido, há sempre avisos. Infelizmente, muitos portugueses, enfim, não têm em atenção estes avisos. Claro que há casos (…) em que não há outra possibilidade, por razões familiares”, exemplificou, apelando a que as pessoas se registem junto do Ministério dos Negócios Estrangeiros.
Sobre o grupo de 37 portugueses retido na Jordânia, Rangel assegurou que o ministério tem acompanhado o caso desde o início, mas que a situação não tem a mesma urgência, quando comparada com a de outros portugueses no Irão e em Israel, até porque “o espaço aéreo está aberto” e porque “está feito percurso pela própria agência de viagens”, sendo estimado o seu regresso na quarta-feira.
A guerra entre Israel e o Irão foi desencadeada na madrugada de 13 de junho por bombardeamentos israelitas contra instalações militares e nucleares iranianas, matando lideranças militares, cientistas e civis.
Entre os mortos, contam-se pelo menos 15 oficiais superiores, confirmados por Teerão, incluindo o chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas, general Mohamad Hossein Baqari, o comandante-chefe da Guarda Revolucionária Iraniana, Hossein Salami, e o chefe da Força Aeroespacial da Guarda Revolucionária, general Amir Ali Hajizadeh.
O Irão retaliou com centenas de mísseis contra Israel.
O conflito já fez dezenas de mortos e centenas de feridos de ambos os lados.